Sabe-se que entre os antigos iberos e povos do Oriente, uma das formas do culto externo era constituída pela dança; não qualquer dança, mas sim uma especial consagrada pelas fórmulas litúrgicas, que tinha passes, ritmos e cadências próprias, ou seja, uma dança sagrada. “Pela música – dizia o poeta – a essência dos deuses é visível e se comunica aos seres mortais, e os sentimentos dos homens tomam a forma de objectos animados”.
Antes dos bispos de Bragança as proscreverem, havia nas tradicionais festas das aldeias danças sagradas de carácter litúrgico e ao mesmo tempo marcial. Estas danças, infelizmente, desapareceram, restando apenas a dos Pauliteiros, ainda hoje executada em terras mirandesas.
In Eduardo Amarante "UNIVERSO MÁGICO E SIMBÓLICO DE PORTUGAL"