Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

As origens pagãs do Natal

Natal


Para os cristãos de hoje, a origem do Natal é, e deveria ser, a celebração do nascimento de Jesus Cristo como registrado na Bíblia. Nada mais, nada menos. No entanto, muito do que vemos no dia 25 de Dezembro a cada ano não tem nada a ver com o bendito dia em que Jesus nasceu, o qual provavelmente ocorreu entre julho e outubro cerca de 2.000 anos atrás. De facto, a maior parte dos costumes e tradições do Natal são anteriores ao nascimento de Jesus, e muitos deles são francamente enganadores quanto ao seu significado e origem. 


A escolha da data, 25 de dezembro, provavelmente teve a sua origem com o antigo "aniversário" do deus-filho, Mithra, uma divindade pagã religiosa cuja influência se espalhou no Império Romano durante os primeiros séculos depois de Cristo. Mithra era relacionado com o deus-sol semita, Shamash, e seu culto se espalhou por toda a Ásia e Europa, onde era chamado Deus Sol Invictus mitra. Roma era bem conhecida por absorver as religiões e rituais pagãos do seu império tão amplo. Como tal, Roma converteu este legado pagão a uma celebração do deus Saturno e do renascimento do deus-sol durante o solstício de inverno . O feriado de Inverno se tornou conhecido como Saturnália e começava na semana anterior a 25 de Dezembro. O festival tinha as seguintes características: presentes, festejos, cânticos e propositada devassidão, com os sacerdotes de Saturno transportando grinaldas verdes em procissão ao longo de todo o templo romano.

Variações deste feriado pagão floresceram durante os primeiros séculos depois de Jesus Cristo, até ao dia em que o Imperador Constantino converteu oficialmente esta tradição pagã nas festas "Cristãs" natalícias.

O Pai Natal 

 


O mito do Pai Natal está directamente relacionado ao deus germânico Odin. Esta divindade e suas variações míticas era adorada pelos povos do norte da Europa antes da sua conversão ao Cristianismo. Os mitos relatam que, todos os anos, durante as festividades germânicas de Yule, um festival de Inverno celebrado no dia 25 de Dezembro segundo o calendário cristão, Odin promovia uma grande caçada festiva pelos céus.

Odin realizava esta caçada com o auxílio de seu cavalo de oito patas, conhecido como Sleipnir. Este animal mágico era capaz de percorrer grandes distâncias num tempo muito curto, assim como as renas que puxam o trenó do Pai Natal moderno. Como durante a longa viagem Sleipnir sentia fome e cansaço, precisava fazer algumas paragens para se alimentar. Então, as crianças deixavam as suas botas próximas à janela, repletas de feno, açúcar e cenouras. Odin retribuía tais gestos bondosos com generosos presentes. Diz-se que a prática sobreviveu até a cristianização dos vikings, e após isso Odin foi associado a São Nicolau (um "respeitável bispo" - o qual todos pensam ser a origem do "Bondoso Velhinho"). A tradição germânica chegou aos Estados Unidos através das colónias holandesas de New Amsterdam e New York, antes da conquista britânica do século XVII, e está na base do hábito moderno de colocar uma meia na lareira, no Natal, semelhante ao costume difuso na Itália em 5 de janeiro para a chegada da Befana.


A árvore de Natal



Civilizações antigas que habitaram os continentes europeu e asiático no terceiro milênio antes de Cristo já consideravam as árvores como um símbolo divino. Eles as cultuavam e realizavam festivais em seu favor. Essas crenças ligavam as árvores a entidades imaginárias, mitológicas. Sua projeção vertical desde as raízes fincadas no solo, marcava a simbólica aliança entre os céus e a mãe terra. Entre os egípcios, o cedro se associava a Osíris. Os gregos ligavam o loureiro a Apolo, o abeto a Átis, a azinheira a Zeus. Os germânicos colocavam presente para as crianças sob o carvalho sagrado de Odin. Nas vésperas do solstício de Inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de Natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos.No início do século XVIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. Nascia aí a Árvore de Natal.

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