Um dia há muito anos Baco fez uma visita ao seu amigo Endovélico, o Deus da Lusitânia.
Atravessou as serras e subiu penosamente ladeiras até chegar a terras banhadas pelo rio Dão. Quando chegou a uma tosca cabana de pedra e troncos, onde vivia um casal lusitano com um filho gritou:
Atravessou as serras e subiu penosamente ladeiras até chegar a terras banhadas pelo rio Dão. Quando chegou a uma tosca cabana de pedra e troncos, onde vivia um casal lusitano com um filho gritou:
Pelos Deuses dai-me de beber!
O lusitano entrou na cabana e regressou com uma caneca de barro cozida ao sol, cheia de água.
Água? Por acaso não tendes vinho?
O lusitano arregalou os olhos, coçou a barba e voltou-se espantado:
Não. Nós não sabemos o que isso é. Quereis vós comer? E sem esperar resposta voltou com uma perna de cabrito montanhês. À despedida, Baco, estava comovido pela franca hospitalidade do luso e disse-lhe:
Ainda um dia hás-de saber o que é vinho.
Alguns anos mais tarde os legionários vieram a casa do luso, e cada um deles abriu uma vala e plantou uma videira. Quando partiram colocaram uma tabuleta nos bacelos onde se poderia ler: "Baco oferece reconhecido”.
Aquelas cepas foram crescendo em mais tarde deram saborosos bagos, cujo suco lusitano espremeu para beber no Inverno numa comunhão de força e rejuvenescimento, e assim daquelas uvas que eram uma delícia do bom Baco, havia nascido o grandioso e salutar vinho do Dão.
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