Povos ancestrais pré-romanos que ocuparam o território hoje português. As suas origens e os seus costumes. Herois, mitos e lendas. Leituras, poemas e contos. Musica e Artesanato. Tradicionalismo Ibérico. Paganismo e neo-paganismo. Politeísmo, xamanismo, panteísmo e animismo.
Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral. As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males. Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente. Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos. Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.
A história de Gwynneve, uma freira irlandesa do século V colocada entre dois mundos: o legado da antiga sabedoria dos druidas e a crescente expansão do Cristianismo.
Como um raio de luz solar que ilumina jóias há muito enterradas, o romance de Kate Horsley dá voz a um silêncio antigo e uma vida inesperada e cheia de brilho a pessoas que viveram num tempo de obscurantismo e de grandes mudanças, a que chamamos Idade das Trevas.
Ursula K. Le Guin
Um envolvente romance histórico baseado na descoberta de um manuscrito do século V que retrata na primeira pessoa a experiência de Gwynneve, uma freira irlandesa colocada entre dois mundos: o legado da antiga sabedoria dos druidas e a crescente expansão do cristianismo. Ao fim de mil e quinhentos anos, o «espectro» de Gwynneve vem à luz transmitindo-nos a sua história ocultada, através desta genial e rigorosa adaptação ao romance histórico com base no seu manuscrito original encontrado numa escavação nas proximidades de Kildare, na Irlanda. Este codex está escrito em gaélico com algumas frases em latim e pode ser lido na sua forma original nos arquivos do Trinity College, em Dublin.
Azagatel nasceu em Setembro de 1995 com Hrödulf (Voz), Nomad (Guitarra), Tó Zé (Guitarra), Batata (Baixo) and Sú (Bateria) e deram o seu 1º concerto no bar local em Dezembro de 1996. Após algumas mudanças no line-up começaram a trabalhar no seu demo-cd "Middle Earth" com o seguinte line-up: Hrödulf (Vocals), Nomad (Guitar), Marco (Bass), Zé Leão (Keyboards) and Greendevil (Drums). Em 2000 o demo-cd foi lançado.
No inicio de 2001 Morte entrou para guitarrista e começaram a compor o album Nautilus. Após 2 anos, em 2003 Nautilus foi lançado e em 2004 Caos X entrou para baixista. Vários concertos aconteceram antes de gravaram o EP Horned God em inicios de 2005. Após a gravação ouve mais problemas de line-up , e Greendevil abandonou em 2007. No inicio de 2008 saiu uma split tape com Dagor Dagorath chamada Olokun e limitada a 150 cópias, pela Nekrogoat Heresy.
Em 2009 encontraram um novo baterista e começaram a escrever novas músicas...
Finalmente os Azagatel estão de regresso com um álbum de longa duração, o primeiro desde o Nautilus de 2001. Se é verdade que a banda não esteve parada este tempo todo, também é verdade que os pouco mais de 20 minutos de música que em conjunto que nos deram o EP The Horned God em 2005 e o split Olokun com os Dagor Dagorath em 2008 souberam a pouco. Nesta que é das poucas bandas a explorar a sonoridade folk em Portugal, destaque para os temas na nossa língua materna neste novo álbum. Com uma sonoridade que remete nalguns pontos para Gwydion e primórdios de Moonspell, os Azagatel começam a criar uma sonoridade própria e mostram que os anos só serviram para amadurecer a banda.
Lux-Citanea começa com Endovellico, a primeira de três músicas em português. O início do tema vai alternando entre um coro clamando “Endovélico” e partes de Black Metal cantado em português, com uma letra muito bem conseguida, que fala deste Deus da mitologia lusitana. Com uma sonoridade que impõe respeito e cheira a passado, destaca-se o gutural poderoso do Hrödulf e uma produção que permite ouvir bem todos os instrumentos. O toque Folk é dado ao tema pouco antes dos 3 minutos, com uma bela melodia de violino e guitarra semi-acústica a acompanhar uma citação em latim.
Segue-se Lucifer, com um excelente ritmo imposto pelas guitarras no início da música, mais uma vez acompanhado por um gutural imaculado. Sendo um tema mais genérico e sem grandes riscos, não deixa de ser bastante agradável de ouvir, mantendo o espírito solene e de respeito pelo legado histórico. Uma entrada acústica, na qual entra logo de seguida um acordeão, marca o início de Nabia Corona, mais um tema em português e um dos melhores de Lux-Citanea. O refrão com voz feminina e masculina limpa é uma novidade que soa fresca e é bem recebida pelo ouvinte, dando uma melodia mágica à música. Os dois minutos finais contam com mais acordeão e um pequeno cântico trauteado, numa música mais folk e calma que as anteriores.
The Oath Of The Oak é talvez a faixa mais fraca de todo o Lux-Citanea. Não é má, mas é bastante simples e igual a muita coisa que já se ouviu, não trazendo nada de novo a este registo. Felizmente, é também o segundo tema mais curto. No entanto, os Azagatel recuperam o interesse do ouvinte com Viriathus, que abre com a declamação do poema Viriato de Fernando Pessoa, primeiro com voz limpa e acabando em gutural. O resto do tema desenrola-se com um ritmo empolgante e conta com um refrão excelente para entoar ao vivo: “Heya, heya, Luxcitanea!”. A única coisa que peca a meu ver é a duração do mesmo: não sei porquê, estes quase 5 minutos souberam-me a pouco, dava a sensação que estava aqui bom material para criar um épico de maior duração, com uma passagem instrumental pelo meio.
Bandue é o tema mais curto do álbum, e apesar de mais interessante que o The Oath Of The Oak, é mais um tema maioritariamente genérico, que é salvo pelo minuto final, explosivo e furioso, a passagem mais pesada e black de todo o disco. O último tema original do CD é também o melhor. Ibéria tem de tudo um pouco, começando com uma entrada acústica melódica acompanhada de acordeão. O tema vai progredindo, tanto a nível instrumental como vocal, enquanto é cantado o orgulho pela grande Ibéria e o seu povo. Com o aumentar do ritmo, chegamos a um riff empolgante, a lembrar um cavalgada, algo semelhante ao riff de entrada do tema For A Piece Of Heaven da demo de estreia dos Azagatel. A parte final do tema conta com uma atitude mais altiva e poderosa, dando um toque bélico e de orgulho patriota. A fechar, a cover do tema The Crown dos Samael, que não se enquadrando na temática lírica do resto do álbum, acaba por encaixar bem a nível instrumental, e não sendo uma cover genial, é um tributo agradável a uma banda que merece o respeito de todos.
Membros
Rodolfo “Hrödulf” Ferreira – Voz
Filipe Ferreira – Guitarra
Nelson Lomba – Guitarra
João Costa – Baixo
Oannyel “Green Devil” – Bateria
Convidados
Ana Cristina Santos – Acordeão
Carla Rosete – Voz feminina
Alinhamento
1.Endovellico
2.Lucifer (The Bringer Of Light)
3.Nabia Corona
4.The Oath Of The Oak
5.Viriathus
6.Bandue
7.Ibéria
Os Azagatel repetem com Lux-Citanea o êxito dos trabalhos anteriores e voltam a dar algo novo ao Metal nacional. Num registo que tem as suas imperfeições, destaca-se uma banda bem madura e que não vai em cantigas e “mariquices”. Gostando-se ou não, nota-se profissionalismo, seriedade e dedicação em cada um dos temas. A nível vocal e instrumental, nada a apontar, além do facto de ficar a sensação que se poderia ter arriscado mais nas guitarras e bateria; qualidade nos músicos não faltava. Termino a análise a este álbum num apelo aos portugueses para que, nestes tempos de crise, não se esqueçam de quem fomos e das nossas raízes, e que delas retirem os ensinamentos e força para enfrentar os tiranos falsos no poder. Roubando a frase do booklet deste álbum, “os povos são como as árvores, sem as suas raízes não crescem…”.
Dando como exemplo o Renascimento e a Revolução industrial, dois dos mais importantes marcos históricos que mudaram o estado do mundo, fazendo com que a humanidade pulasse para uma nova época, sempre mais evoluída e esclarecida que a transacta, não demoraram dias nem anos a surgir, mas sim séculos. Quanto tempo pensam que o estado actual do mundo, a sociedade tal como a conhecemos, vai permanecer? Eu aposto em três séculos! No entanto é com imenso orgulho e satisfação que faço parte do embrião do movimento que irá mudar o estado das coisas. Acreditando realmente que o mundo entrará numa nova época em que os lideres mundiais serão mais compassivos e justos, assim como mais esclarecidos espiritualmente e que os povos terão uma abordagem mais pacifica e harmoniosa para com a mãe natureza. O processo vai ser lento e demorado mas pelos deuses que já começou. Para que tal aconteça os povos e as gentes, aqueles que sempre fizeram a mudança ou a diferença têm de regressar às suas origens mais remotas, despindo-se das crenças e preconceitos milenares vigentes hoje em dia. Dizem que a missão de Portugal é salvar o mundo, pois eu acredito que iremos ser o primeiro dos povos a regressar a casa, dando mais uma vez o exemplo ao mesmo. Eu participo neste movimento através da escrita e do artesanato, mas penso que não há nada mais contagiante que a força da música. Obrigado Azagatel! Um grande bem-haja! Há muito que esperava ver um álbum com um alinhamento semelhante ao vosso. Continuem e felicidades para os futuros projectos! Viva à Alma Lusitana! Endovellico!!!
Esta é também a máxima do Lusitaniae Castrum:
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.
Nabia era a deusa dos rios e da água na mitologia galaica e lusitana. O rio Navia, na Galiza, o rio Neiva, perto de Braga (antiga capital da Galécia) e o rio Nabão que passa por Tomar, no centro de Portugal, foram baptizados em sua homenagem. Nabia era especialmente adorada entre os Brácaros, tal como é comprovado pelas inscrições epigráficas em língua céltica da Fonte do Ídolo em Braga (Bracara Augusta) e latina de Marecos (Penafiel).
Fonte do ídolo
Inscrição de Marecos
RITUAL DE ABRIL POR NÁBIA E OUTROS DEUSES
A inscrição da Ara de Marecos é uma das mais importantes da religião indígena lusitana - neste caso, galaico-luso-romana, porque foi encontrada mais ou menos na fronteira entre Galaicos e Lusitanos e porque tem uma Divindade latina, Júpiter ao lado de Deuses indígenas, além de ser redigida em Latim. Aqui se podem ler nomes de Deuses ibéricos citados juntamente com o nome de um Deus romano:
Tradução: «À excelente virgem protectora e ninfa de Danigo Nabia Corona, uma vaca, um boi; a Nabia um cordeiro; a Júpiter um cordeiro, um vitelo; a [...]Vrgo um cordeiro; a Lida (ou Ida) uma coroa (ou cornuda). Procederam-se aos sacrifícios para o ano e no santuário (ou casa) no quinto dia dos idos de Abril sendo cônsules Largo e Messalino, foram ordenantes Lucrécio Vitulino, Lucrécio Sabino e Póstumo Peregrino.»
Ora os idos de Abril calha a 13.
O ritual de NABIA aconteceria no quinto dia dos idos, e este quinto conta-se para trás, incluindo os dias do princípio e do fim da contagem, ou seja: o quinto dos idos de Abril é 9 de Abril.
É importante que se estabeleça um hábito de celebração de um dia que se afigura ter sido consagrado a NABIA, de acordo com a inscrição da ara de Marecos.
Nesta inscrição, são dedicadas a várias Deidades - NABIA, JÚPITER, LIDA, entre Outras - algumas oferendas, o que poderá prender-se com uma celebração de fertilidade, verosimilmente típica da época, Abril, mês consagrado a VÉNUS, Deusa do Amor e da Fertilidade («Abril» vem de «Aprire», pois que «Abril» é o mês no qual a terra abre).