Entre os elementos mais relevantes da Proto-História do concelho de Montalegre encontra-se, sem dúvida, a falcata de Frades.
A falcata é um tipo de espada curta, normalmente em ferro, de origem ibérica, com lâmina curva. O cabo tem o formato de um gancho e podia ser ornamentado com diversos motivos, designadamente zoomorfos ou antropomorfos.
A falcata de Frades está fracturada na zona do cabo e na ponta. Tem 51 cm de comprimento, 45 cm de lâmina, 7 cm de largura máxima, 0,8 cm de espessura e pesa 668 gramas . É decorada na parte superior do gume, onde são visíveis 4 nervuras paralelas.
A arma foi ocasionalmente descoberta por um particular, na vertente Sul do Castro de Frades, já fora do perímetro amuralhado. Estava enterrada a poucos centímetros de profundidade, entre as raízes de uma árvore. É uma peça que se encontra em boas condições de conservação, embora bastante oxidada, talvez porque esteve pouco exposta ao ar livre o que está de acordo com o relato do achador.
No entanto seria importante investigar, de forma mais precisa, o contexto em que foi encontrada.
O Castro de Frades é um esporão escarpado, com ténues vestígios de uma linha de muralha e com um profundo fosso do lado Oeste, actualmente usado como caminho. O povoado está recoberto com densa vegetação o que impede uma análise mais detalhada da sua estrutura. No interior do castro encontram-se fragmentos de olaria da Idade do Ferro e da época romana. No sopé e junto ao topónimo Cividade são visíveis fragmentos de cerâmica comum e de materiais de construção romanos.
As falcatas têm uma vasta área de dispersão na Península Ibérica e a sua cronologia varia entre os séculos V a.C. e I a.C. De um modo geral a sua configuração e os motivos decorativos são bastante homogéneos, o que leva alguns investigadores a considerar que apenas um escasso número de artífices as fabricasse para as elites dirigentes dos povoados. Era uma arma muito eficaz, que se destinava ao combate corpo a corpo, sendo mais frequente na Callaecia meridional, enquanto que a Norte, na zona de Lugo predominam as espadas de antenas. Têm sido descobertas tanto em contextos habitacionais como funerários e simbólicos.
Na arte rupestre da Idade do Ferro é um dos motivos gravados com mais frequência o que revela a sua importância nas sociedades proto-históricas.
Fonte: http://www.cm-boticas.pt/noticias/Catalogo71.pdf
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