Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Falcata de Frades (Montalegre)


Entre os elementos mais relevantes da Proto-História do concelho de Montalegre encontra-se, sem dúvida, a falcata de Frades.
A falcata é um tipo de espada curta, normalmente em ferro, de origem ibérica, com lâmina curva. O cabo tem o formato de um gancho e podia ser ornamentado com diversos motivos, designadamente zoomorfos ou antropomorfos.
A falcata de Frades está fracturada na zona do cabo e na ponta. Tem 51 cm de comprimento, 45 cm de lâmina, 7 cm de largura máxima, 0,8 cm de espessura e pesa 668 gramas. É decorada na parte superior do gume, onde são visíveis 4 nervuras paralelas.
A arma foi ocasionalmente descoberta por um particular, na vertente Sul do Castro de Frades, já fora do perímetro amuralhado. Estava enterrada a poucos centímetros de profundidade, entre as raízes de uma árvore. É uma peça que se encontra em boas condições de conservação, embora bastante oxidada, talvez porque esteve pouco exposta ao ar livre o que está de acordo com o relato do achador.
No entanto seria importante investigar, de forma mais precisa, o contexto em que foi encontrada.
O Castro de Frades é um esporão escarpado, com ténues vestígios de uma linha de muralha e com um profundo fosso do lado Oeste, actualmente usado como caminho. O povoado está recoberto com densa vegetação o que impede uma análise mais detalhada da sua estrutura. No interior do castro encontram-se fragmentos de olaria da Idade do Ferro e da época romana. No sopé e junto ao topónimo Cividade são visíveis fragmentos de cerâmica comum e de materiais de construção romanos.
As falcatas têm uma vasta área de dispersão na Península Ibérica e a sua cronologia varia entre os séculos V a.C. e I a.C. De um modo geral a sua configuração e os motivos decorativos são bastante homogéneos, o que leva alguns investigadores a considerar que apenas um escasso número de artífices as fabricasse para as elites dirigentes dos povoados. Era uma arma muito eficaz, que se destinava ao combate corpo a corpo, sendo mais frequente na Callaecia meridional, enquanto que a Norte, na zona de Lugo predominam as espadas de antenas. Têm sido descobertas tanto em contextos habitacionais como funerários e simbólicos.
Na arte rupestre da Idade do Ferro é um dos motivos gravados com mais frequência o que revela a sua importância nas sociedades proto-históricas.

Fonte: http://www.cm-boticas.pt/noticias/Catalogo71.pdf

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