Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Castro de Monte Mozinho


O Castro de Monte Mozinho ou Cidade Morta de Penafiel localiza-se nas freguesias portuguesas de Oldrões e Galegos, no Monte Mozinho, concelho de Penafiel, distrito do Porto.
O Castro de Monte Mozinho foi fundado no século I d.C. com um período de ocupação até o século V.
O castro estava fortificado com três linhas de muralhas.
As muralhas defensivas adaptam-se ao terreno, com uma planificação regular.
O castro possui uma vasta área de habitações, com vários vários tipos de construções, desde núcleos de casas com pátio de tradição castreja, com compartimentos circulares e vestíbulo, às habitações romanas de planta quadrada ou rectangular de maior dimensão.

sábado, 13 de julho de 2013

Mercado medieval de Óbidos (12/07/13)

Mendigo
Será que já saímos da idade média? É que ainda hoje eles existem!

Velha Gaiteira
São como o vinho do porto! Quanto mais velhos, melhores naquilo que fazem!

Para mim uns meros desconhecidos, no entanto deixaram ficar  na atmosfera uma boa energia!

Uma bela bailarina do ventre, uma verdadeira serpente!

O mestre da liça

O cavaleiro que defendeu as cores de Portucale contra as cores de Leon 

Peleja na liça

O castelo, aguardando pelo assalto, uma excelente e animada representação da qual infelizmente  não tenho registos

O meu jantar, é claro que não me fiquei por aqui, já havia dado a volta a um prato de moelas e antes de abandonar o recinto comi um curato que mais parecia dois bifes do assem!

Esqueleto no espeto! Perdão porco no espeto, eram oito da noite e já estava assim!

Os sempre presentes Strella do Dia

Os contagiantes Cornalusa

Vim a saber que se hospedaram no mesmo local que a minha pessoa, no entanto não faço a mínima ideia de quem se tratam de ser. Fazem boa musica e puseram toda a gente a mexer!

Já os eventos em cartaz haviam terminado todos e a festa continuava animada em frente dos bares, onde tudo se passava,  "Os Alquimistas" e "A Irmandade da Cerveja" !

Cornalusa


Os Cornalusa são um ensemble musical, que desde 2006, tem vindo a participar na maioria dos eventos de recriação histórica produzidos em Portugal.
Para nomear apenas alguns destes eventos, os Cornalusa já actuaram em Óbidos, Silves e Castro Marim com algumas excursões fora do país em Espanha, França, Itália e Alemanha.
O ensemble é composto por quatro músicos desde 2010. Na sua formação mais usual dois músicos tocam a gaita mirandesa, instrumento tradicional português, onde aliás o grupo foi buscar a terminologia para o nome que escolheu adoptar.
Em português e em algumas outras línguas europeias, cornamusa é um sinónimo para gaita-de-foles. Alterando então a sílaba do meio, o grupo evoca a sua origem Lusitana.
Rítmica e harmonicamente, o grupo completa-se com o bouzouki (instrumento de cordas que tem origem na Grécia) e o Davul (instrumento de percussão em que se utilizam duas peles para conseguir timbres diferentes).
Os Cornalusa combinam melodias antigas com harmonias e ritmos “dos nossos tempos”. Portanto nesta perspectiva o propósito da banda não é apresentar ao espectador a recriação histórica absoluta mas antes proporcionar ao público uma interpretação exclusivamente original daquilo que poderia ter sido, mantendo sempre um ouvido atento ao que consideram ser o aspecto mais importante – a música!
Através das poderosas vozes de autenticas gaitas-de-foles portuguesas combinadas com a energia de um bouzouki e de um davul, os Cornalusa oferecem um singular espectáculo ao vivo caracterizado por actuações que podem ser apresentadas virtualmente em qualquer espaço.


Em Agosto de 2012 a banda apresentou o seu primeiro álbum de originais homónimo – Cornalusa!

Confesso que não os conhecia! Cruzei-me com eles por acaso no mercado medieval de Óbidos em 12/07/2013, quando mais uma vez me preparava para atestar a caneca com sangria. Actuavam entre "A Irmandade da Cerveja" e os "Alquimistas", estes últimos que com os seus segredos, químicas, pós e fumos, serviam umas beberagens deliciosas numas canecas bastante peculiares. Escutei, estranhei, entranhei, dancei, saltei, gostei. Aqueles, que para mim, até ontem não passavam de meros desconhecidos, hoje estão na linha da frente do Neo-Folk nacional. Força Cornalusa, com a alma toda!!!

Ricardo Alves

terça-feira, 9 de julho de 2013

Gaita-de-foles, de Miranda do Douro, para o mundo


Miranda do douro A cultura mirandesa tem na gaita-de-foles, nos pauliteiros e na língua (o mirandês) os seus principais símbolos. Hoje com 73 anos, "tiu" Ângelo Arribas (na foto) cumpriu tarde o sonho de menino, mas em menos de duas décadas espalhou a gaita-de-foles por meio mundo e ganhou o estatuto de "mestre mirandês". Tocador, gaiteiro e construtor de gaitas ensinou dúzias de "gaiteiricos", mas anda preocupado com o esmorecer da "gaitomania" que nos últimos anos recuperou do esquecimento a tradicional gaita-de-foles mirandesa.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Os Celtas na Península Ibérica


Pequeno resumo das novas perspectivas da investigação num campo tão apaixonante como os Celtas da Península Ibérica.
Os Celtas da Península Ibérica é um dos temas mais interessantes da proto-história peninsular, já que é uma etapa chave para entender processos posteriores que aconteceram na Hispânia, e a par disso, forma parte de um movimento cultural que afecta grande parte da Europa.
Este tema despertou bastante interesse nos estudiosos internacionais como Joqueville, que se dedicou ao campo da linguística, e Schulten, que estudou o histórico. Em 1920 foi Bosh Gimpera quem relacionou os estudos anteriores com os Campos de Urnas da Catalunha e iniciou as teorias "invasionistas" tradicionais, teorias que integravam a cultura material, a linguística e as fontes históricas. Estas teorias mantiveram-se até à actualidade, apesar das dificuldades existentes, sobretudo devido à recente investigação arqueológica.
Por este motivo alguns arqueólogos, como Almagro e outros, ao não poderem documentar ditas invasões, preferem falar de uma única "invasão", muito mais complexa e indiferenciada, frente à versão tradicional, liderada por Tovar, da ocorrência de várias invasões, em concreto duas, mas às quais não se pode atribuir uma data ou, inclusive, a época da sua chegada. Recentes estudos a partir de novas perspectivas, tentam explicar a origem, a evolução e personalidade dos Celtas, valorizando os seus aspectos comuns e peculiares.

Origem



A Península Ibérica sofreu um duplo processo de influência durante o I milénio a.C., por um lado um influxo mediterrânico, enquanto que pelo outro, um processo de celtização afectou as zonas central e ocidental principalmente. A cultura dos "Campos de Urnas", que se havia identificado com os Celtas até agora, foi delimitada no noroeste, logo, as teses "invasionistas" encontram-se com o problema de que esta zona não coincide com a área geográfica e linguística dos Celtas, já que eram sociedades que falariam o ibérico, como parece indicar a epigrafia e as referências históricas.
Segundo a investigação actual, a partir da Idade do Bronze, o interior da Península conheceu a chamada Cultura de Cogotas I, de economia mista agrícola-ganadeira de ovicápridos e transumância local, que desde o II milénio a.C.  estava absorvendo influências do Bronze Atlântico. Até ao século IX a.C. aparecem materiais do mundo tartéssico, como fíbulas, espadas, cerâmicas de decorações geométricas e outras influências, mais leves, do "Campos de Urnas" em consequência de zonas fronteiriças. Este substrato pode relacionar-se com elementos linguísticos indo-europeus, os chamados pré ou protoceltas, que se conservam em alguns topónimos, etnónimos e antropónimos, como o P inicial que conserva o Lusitano, língua diferente da celtibérica ou língua posterior, ou ainda elementos ideológicos, como o ritual de expor os cadáveres dos guerreiros aos abutres entre celtiberos e vaceus, tradição anterior ao ritual de incineração do "Campos de Urnas", como se pode ver em algumas cerâmicas numantinas, ou mesmo como indicaram Sílico Itálico e Eliano. Este substrato também se pode observar na preservação de cultos fisiolátricos, como os santuários de Ulaca, Cabeço das Fráguas, Lamas de Moledo…, com as águas, como evidenciam as oferendas de armas do Bronze Final, com bosques sagrados possível de se observar nos topónimos que mantém Nemeto-, ou divindades muito arcaicas sem forma humana, as quais se iniciam com Bandu-, Navia- ou Reve- que são uma componente não indo-europeia.
Este substrato protocéltico manteve-se no ocidente e norte, mas também aparece entre os povos do interior, como os Carpetanos, Vaceus e Vetões, Lusitanos e Galaicos. Substrato que seria fragmentado e absorvido pela expansão da cultura celtibérica a partir do século VI a.C., sendo esta hipótese a que permite explicar as semelhanças culturais, linguísticas e ideológicas entre todas as populações célticas peninsulares, e que também serve para diferenciar os celtas dos celtiberos.
As explicações são duas. Uma, a "invasionista" tradicional, que aponta para a chegada de grupos humanos que traziam consigo a cultura já formada, explicação que tem sido impossível documentar por não se saber qual é o seu lugar de origem, e sobretudo, as vias de chegada. A outra, que sem excluir movimentos de gentes, sobretudo de elites guerreiras, aponta para uma formação complexa por aculturação e evolução através de diversas vertentes.

Influência e "Celtização"



Os povoados fortificados, e os posteriores Oppida explicam a hierarquização do território que surge em relação à transumância sazonal do gado, para evitar tanto a seca estival da Meseta (fenómeno conhecido como agostamiento), como a dureza invernal das serras. Este tipo de economia produziria uma sociedade hierarquizada, sendo que no topo estaria a classe guerreira, como parecem indicar as fontes históricas.
O ritual de incineração dos cadáveres, pode explicar-se através de influências de "Campos de Urnas", como ocorre nos Celtiberos ou Vetões. A construção de túmulos como o de Pajaroncillo, ou as estelas alinhadas podem ser resultado das diferenças étnicas, cronológicas e sociais. As fíbulas, os adornos e as espadas documentam o uso do ferro desde as primeiras fases de introdução da influência colonizadora (fenícios e gregos), evidenciando influências multi-direccionais, tanto mediterrânicas como transpirenaicas, o que não permite pensar numa única via de chegada, nem numa origem comum. Esses objectos devem considerar-se como objectos de prestígio das elites guerreiras, cujo grande desenvolvimento seria favorecido pelos intercâmbios com o mundo colonial mediterrânico, como pela organização pastoril e guerreira do interior. Assim se compreende que a quantidade destes objectos no interior seja minoritária e que existam variantes locais, dada a sua difusão por intercâmbio e a imitação artesanal.
Esta organização hierarquizada e guerreira, unida à introdução do ferro, produto abundante e difundido rapidamente, explica a formação das características da Cultura celtibérica e a sua tendência para a expansão, a qual se traduziu num processo de "celtização" de outras populações, e chocou com os romanos. O processo de "celtização" explica a aparição de elementos arqueológicos, linguísticos, socio-económicos comuns e atribuíveis aos Celtiberos: como armas "celtibéricas" nas necrópoles, fíbulas, topónimos em briga, antropónimos e topónimos em Seg-; antropónimos "celtius" ou em ambatus, organizações supra-familiares que se reflectem nos genitivos em plural, pactos de hospitalidade, e inclusive um elemento religioso comum, como Lug.
Isto indica a existência de uma zona nuclear nas terras altas do Sistema Ibérico e da Meseta Oriental, a Celtibérica, desde onde parece ter-se alargado a celtização a terras mais Ocidentais, muito permeáveis, por tratar-se de zonas de meio ambiente pastoril. Este processo é posterior à formação das necrópoles celtibéricas a partir do século VII a.C., por exemplo, a cultura vetona das Cogotas "celtiza-se" a partir do século V a.C., aparecendo mais tarde na Estremadura, sul de Portugal e da Bética, assim como do Alto Vale do Ebro e a Noroeste.
Trata-se de um processo intermitente e só seria interrompido com a chegada de Roma. Esta expansão é documentada por Plínio (3, 13) ao dizer que os celtici da Bética procediam dos Celtiberos de Lusitânia. Do mesmo modo o antropónimo Celtius na Lusitânia explica-se como apelativo étnico em áreas não célticas originariamente do Ocidente. Esta "celtização" tardia confirma-se pelos topónimos formados com briga já na época romana: Iuliobriga, Augustóbriga…
Para poder compreender os Celtas da Península Ibérica temos que ter em conta que estes foram permeáveis às influências dos seus vizinhos, sobretudo na cultura material. O contacto com os iberos conduziu à assimilação de elementos mediterrânicos, que se reflecte no conceito de Celtibero e a sua diferenciação material com outras culturas célticas, ainda que se mantivesse a língua e organização sócio-ideológica das elites guerreiras. Estas elites "celtizadas" foram generalizando-se no Ocidente, notabilizando-se em povos como os Vetões, Lusitanos e Galaicos, e mesmo os Iberos, já que os relevos de Osuna e Liria apresentam armas de tipo céltico. O mercenarismo provocaria movimentos de gentes, o que pode ter determinado o controle de algumas cidades por elites célticas, sendo que esta presença pode explicar a aparição de fíbulas de La Tené na Serra Morena.
Este processo não seria pontual, mas antes largo e intermitente no tempo, com um efeito de celtização paulatina, isto é, diferenciado por áreas e momentos, o que nos dá um quadro complexo que permite compreender a falta de uniformidade da celtização da Península Ibérica.

Os celtiberos são o povo que resultou, segundo alguns autores, da fusão das culturas do povo Céltico e a do povo Ibero, nativo da Península Ibérica. Habitavam a Península Ibérica, nas regiões montanhosas onde nascem os rios Douro, Tejo e Guadiana, desde o século VI a.C.. Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os historiadores. Para outros autores, tratar-se-ia de um povo Celta que adoptou costumes e tradições iberas. Estavam organizados em gens, uma espécie de clã familiar que ligava as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir tenazmente aos invasores Romanos até cerca de 133 a.C., com a Queda de Numância.
Deste povo desenvolveram-se, na parte ocidental da Península, os Lusitanos, considerados pelos historiadores como os antecessores dos portugueses, que viriam ser subjugados ao Império Romano no século II a.C.

Celtas e Celtiberos



A primeira pergunta é a seguinte: desde quando se pode falar de Celtas na Península Ibérica? Segundo as fontes documentais mais antigas, a "Ora Marítima" de Avieno, ou mesmo Heródoto, já habitavam dito território no século VI a.C., como alguns antropónimos nas Estelas do Sudoeste parecem confirmar. Para a Península Ibérica surge outro problema: o significado e diferenciação entre Celtas e Celtiberos. Ora bem, Celtas, Keltoi em grego e Celtici em latim, cujo uso mais antigo seguramente serviu para distinguir os povos célticos daqueles que não o eram, enquanto que Celtibero, Celtiberi para romanos, como helénicos, parece diferenciar os celtas hispânicos, sendo um termo restritivo, e referindo-se aos que povoavam as terras altas entre o Sistema Ibérico e a Meseta, os quais enfrentaram Roma mais arduamente. A chave esconde-se na identificação e diferenciação arqueológica dos povos célticos para assim, se poder encontrar a sua origem, a sua evolução e a sua personalidade própria.
Na mesma altura (entre os sécs. V e IV a.C.), uma nova vaga migratória de origem Céltica, penetra na Península Ibérica, provocando um conjunto de migrações nos povos indígenas.
As profundas alterações que estas migrações provocaram, marcaram a realidade hispânica até à chegada das tropas romanas.
Essencialmente, contribuíram para acentuar e demarcar duas realidades distintas já existentes: uma região sul e litoral mediterranizada (com centros urbanos e uma economia baseada na agricultura e comércio), e uma outra região fortemente continental de organização tribal (com uma economia fundamentalmente pastoril e guerreira).
Por motivos desconhecidos, algumas regiões conseguiram ficar impermeáveis tanto às influências mediterrânicas como às influências célticas.
Os autores clássicos são unânimes em afirmar que a região compreendida entre o Tejo e o Guadiana era habitada pelos Celtas
A área mais fortemente influenciada pelos Celtas no actual território português foi o Alentejo e o Algarve.
Na sua "Historia Natural", Plínio afirma que estes Celtas descendiam dos Celtiberos e tinham vindo da Lusitânia.

Lusitanos



Os Lusitanos e os Celtiberos são as duas grandes nações hispânicas de origem continental.
No entanto, aparentemente nunca se fundiram, e parecem corresponder até a duas diferentes vagas da migração indo-europeia (aos Lusitanos corresponde a mais antiga, aos Celtiberos, a mais recente).
É por isso provável, que estes Celtas se tenham expandido para ocidente ao serem escorraçados pelos Celtiberos (na sua retaguarda), e ao encontrarem a poderosa nação dos Lusitanos, se tenham dirigido para as regiões meridionais.
O povo lusitano vivia da pastorícia, da pesca, da agricultura e da mineração.


Bibliografia consultada:

* Almagro-Gorbea, M. (1991): Los Celtas en la Península Ibérica. En García Castro, J. A. Los Celtas en la Península Ibérica. Revista de Arqueología, número monográfico. Páginas: 12-17.
* Almagro-Gorbea, M. (1993): Los Celtas en la Península Ibérica: origen y personalidad cultural. En Almagro-Gorbea, M. y Ruiz Zapatero, G (Eds.): Los Celtas: Hispania y Europa. Editorial Actas. Madrid. Páginas: 121-173.
- Mattoso, José, "História de Portugal" vol. 1, ed. Estampa

- Marques, A. H. de Oliveira, "História de Portugal" vol. 1, ed. 1972

http://forjadelume.blogspot.pt/

Drusuna

De um lugar conhecido outrora por Gallaecia


Ritual Pagan Folk



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Leite de Vasconcelos

José Leite de Vasconcelos Cardoso Pereira de Melo, mais conhecido por Leite de Vasconcelos (Ucanha, Tarouca, 7 de Julho de 1858 — Lisboa, 17 de maio de 1941), foi um linguista, filólogo, arqueólogo e etnógrafo português.


Desde menino Leite de Vasconcelos era atento ao ambiente em que vivia e anotava em pequenos cadernos tudo que lhe chamava a atenção. Aos dezoito anos foi para o Porto continuar seus estudos, licenciado-se em Ciências Naturais (1881) e, em 1886, em Medicina, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Todavia só exerceu o novo ofício por um ano, em 1887, no Cadaval, distrito de Lisboa.

A sua tese de licenciatura, "A evolução da linguagem: ensaio antropológico" (1886), já demonstrava seu grande interesse pelas letras, que por fim viriam a ocupar toda sua longa vida. As ciências exactas deixaram-lhe o estilo investigativo rigoroso e exaustivo, seja na filologia, seja na arqueologia ou na etnografia, disciplinas em que mais tarde tornar-se-ia uma referência.

Fundou a Revista Lusitana em 1889, o Arqueólogo Português em 1895 e o Museu Etnológico de Belém em 1893. Teve diversas colaborações em publicações periódicas, nomeadamente nas revistas: Atlântida(1915-1920), Boletim cultural e estatístico (1937), Branco e negro (1896-1898), Era nova (1880-1881), Feira da ladra (1929-1943), Ilustração (1926-), A imprensa (1885-1891), A mulher (1879), e a revista Pantheon (1880-1881). Doutorou-se na Universidade de Paris, com Esquisse d'une dialectologie portugaise (1901), o primeiro importante compêndio da diatopia do português (depois continuado e melhorado por Manuel de Paiva Boléo e Luís Lindley Cintra). Foi também pioneiro no estudo da onomástica portuguesa com a obra Antroponímia Portuguesa.

Tendo leccionado Numismática e Filologia Portuguesa na Biblioteca Nacional, onde era conservador desde 1887, chegou a professor do ensino superior em 1911, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Faleceu aos 82 anos, deixando em testamento ao Museu Nacional de Arqueologia, parte do seu espólio científico e literário, incluindo uma biblioteca com cerca de oito mil títulos, para além de manuscritos, correspondência, gravuras e fotografias.