Parece boa de mais para ser
verdade, esta descoberta.
Para os estudiosos do tema e para
os pagãos nacionais, encontrar finalmente uma imagem de uma das principais
Divindades dos Ancestrais Lusitano-Galaicos é como para um alquimista descobrir
a maneira de transformar o chumbo em ouro.
Tornou-se já comum, na
investigação actual do tema, considerar que o «Deus do Larouco» das inscrições
romanas da Serra do Larouco, isto é, Larauco, é o Júpiter local, ou seja, o
Deus do Raio e das Alturas destas populações pré-romanas e romanizadas,
eventualmente o mesmo que Reve, uma das principais Divindades nacionais da
Galécia e da Lusitânia.
Ora este achado bate certo, pelo
menos em larga medida, com esta teoria, uma vez que o machado ou maço, que se
vê na mão direita da figura, corresponde ao clássico machado/martelo de um dos
principais e mais arcaicos arquétipos do Deus do Raio indo-europeu, que é Tor
entre os Germanos, Perkunas entre os Baltas e Perun entre os Eslavos. Também o
Júpiter Doliqueno tem um machado nas mãos, nomeadamente um machado duplo,
também conhecido como bipene ou lábris.
A ligação estabelecida nesta
página
http://www.manuelgago.org/blog/index.php/2012/01/25/mirarlle-a-cara-a-un-antigo-deus/
entre esta figura que aparece em Vilar de Perdizes e a do céltico irlandês
Dagda, e a do gaulês Sucellos, está também muitíssimo bem observada, uma vez
que tanto uma como outra são itifálicas, além de terem um maço de duas
extremidades na mão, o qual, no caso de Dagda, mata com um dos lados e dá vida
com o outro.
Particularmente interessante é
ainda a parte em que o padre Fontes diz que está contente por ter descoberto
este elemento da sua religião... da primeira vez que o diz, no vídeo, parece
ter cometido um simples lapso, querendo na verdade referir-se à sua pesquisa,
não à sua religião, mas no fim volta a dizer que aquela é de facto a sua
religião, por ser a religião dos seus ancestrais... Não há-de ser coisa que os
seus superiores hierárquicos do Estado Papal o gostem de ouvir dizer, mesmo que
Fontes afirme que está só a querer dizer que «universalmente os Povos adoram
Deus». Enfim, a guerra religiosa que o Cristianismo moveu contra o Paganismo
ancestral, pelo próprio Fontes referida no início da entrevista, parece ter
soçobrado ao nível da religiosidade popular...
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