Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

domingo, 20 de maio de 2012

O Cavalo Lusitano


É de conhecimento geral que a pecuária foi a grande fonte de riqueza gentílica dos Lusitanos. A sua ganadaria englobava gado lanígero, caprino, cavalar e a criação de bois em zonas confinantes com a Galécia. No entanto, embora a carne de cavalo não estivesse na base da sua alimentação, a criação de gado cavalar suplantava todas as outras, pois para além destes animais terem extrema importância nas tácticas que usavam em combate, estes eram tambem sacrificados a Cariocecus, o deus da guerra.




O cavalo existia em estado selvagem nas florestas e bosques lusitanos e como se sabe a sua domesticação é relativamente fácil. A fama do cavalo lusitano veio até aos nossos dias e ainda hoje este cavalo é admirado pelos amantes da espécie. Os primeirosa admirarem este cavalo foram os romanos que, como diz Estrabão, consideravam que as éguas eram fecundadas por Zéfiro, o deus dos ventos. A sua velocidade, agilidade e docilidade ainda hoje são proverbiais e fazem deste cavalo um dos mais apreciados e preferidos do mundo, sendo que é frequente vê-lo em provas equestres desportivas de competição.


O denominado cavalo lusitano resultará do cruzamento das montadas da Europa Central trazidas pelos povos invasores dos séculos VI-V a.C. com cavalos autocnes do ocidente peninsular. Nas veigas do mondego, Tejo e Sado dominavam os sorraias, raça bastante maior e mais pesada que o garrano, mas também ela rústica e de grande mobilidade, génese longínqua do actual cavalo lusitano. O garrano existia mais no Norte transmontano, mas era ágil e de grande mobilidade também e adaptável a qualquer terreno. Do cruzamento do cavalo grande e pesado da Europa Central com os garranos e sorraias peninsulares resultou o famoso cavalo lusitano que tão grande importância iria ter nas guerras Viriatianas.

Fonte: Lusitanos - No tempo de Viriato - João Luís Inês Vaz - Ésquilo



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