É de conhecimento geral que a pecuária foi a grande fonte de riqueza gentílica dos Lusitanos. A sua ganadaria englobava gado lanígero, caprino, cavalar e a criação de bois em zonas confinantes com a Galécia. No entanto, embora a carne de cavalo não estivesse na base da sua alimentação, a criação de gado cavalar suplantava todas as outras, pois para além destes animais terem extrema importância nas tácticas que usavam em combate, estes eram tambem sacrificados a Cariocecus, o deus da guerra.
O cavalo existia em estado selvagem nas florestas e bosques lusitanos e como se sabe a sua domesticação é relativamente fácil. A fama do cavalo lusitano veio até aos nossos dias e ainda hoje este cavalo é admirado pelos amantes da espécie. Os primeirosa admirarem este cavalo foram os romanos que, como diz Estrabão, consideravam que as éguas eram fecundadas por Zéfiro, o deus dos ventos. A sua velocidade, agilidade e docilidade ainda hoje são proverbiais e fazem deste cavalo um dos mais apreciados e preferidos do mundo, sendo que é frequente vê-lo em provas equestres desportivas de competição.
O denominado cavalo lusitano resultará do cruzamento das montadas da Europa Central trazidas pelos povos invasores dos séculos VI-V a.C. com cavalos autocnes do ocidente peninsular. Nas veigas do mondego, Tejo e Sado dominavam os sorraias, raça bastante maior e mais pesada que o garrano, mas também ela rústica e de grande mobilidade, génese longínqua do actual cavalo lusitano. O garrano existia mais no Norte transmontano, mas era ágil e de grande mobilidade também e adaptável a qualquer terreno. Do cruzamento do cavalo grande e pesado da Europa Central com os garranos e sorraias peninsulares resultou o famoso cavalo lusitano que tão grande importância iria ter nas guerras Viriatianas.
Fonte: Lusitanos - No tempo de Viriato - João Luís Inês Vaz - Ésquilo
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