Ataegina. Mármore, 210x93x72 cm, do artista Pedro Roque Hidalgo. Museu do Mármore, Vila Viçosa (Portugal), 2008. |
Atégina ou Ataegina era a deusa do renascimento (Primavera), fertilidade, natureza e cura na mitologia lusitana. Viam-na como a deusa lusitana da Lua. O nome Ataegina é originário do celta Ate + Gena, que significaria "renascimento".
O animal consagrado a Atégina era o bode ou a cabra. Ela tinha um culto de devotio, em que alguém invocava a deusa para curar alguém, ou até mesmo para lançar uma maldição que poderia ir de pequenas pragas à morte.
Atégina era venerada na Lusitânia e na Bética, existem santuários dedicados a esta deusa em Elvas (Portugal), e Mérida e Cáceres na Estremadura espanhola, além de outros locais, especialmente perto do Rio Guadiana. Ela era também uma das principais deusas veneradas em locais como Myrtilis (Mértola dos dias de hoje), Pax Julia (Beja), ambas cidades em Portugal, e especialmente venerada na cidade de Turobriga, cuja localização é desconhecida. A região era conhecida como a Baeturia celta.
Existem diversas inscrições que relacionam esta deusa com Proserpina: ATAEGINA TURIBRIGENSIS PROSERPINA, esta relação aconteceu durante o período romano.
Muitas vezes é representada com um ramo de cipreste.
A banda portuguesa Moonspell possui um tema dedicado a Ataegina, o qual tem como título o nome da própria divindade. Foi editado no álbum Wolfheart, datado de 1995, sendo a sua nona e última faixa. A letra da música sugere que Ataegina seria uma divindade dotada com o poder de exercer vingança a quem a si recorra e/ou rogue, podendo inclusive provocar a morte do(s) visado(s) do acto de vingança pretendido. As alusões à noite (deusa lusitana da Lua) e ao renascimento da Natureza são explícitas, o que vão ao encontro do significado etimológico do seu nome ("Gena" = "Renascimento"). Há igualmente alusões a combates e a vitórias, o que pode indiciar uma acção de protecção de guerreiros em campo de batalha para os conduzir ao sucesso em tempo de guerra.
Sem comentários:
Enviar um comentário