Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ataegina

Ataegina. Mármore, 210x93x72 cm, do artista Pedro Roque Hidalgo. Museu do Mármore, Vila Viçosa (Portugal), 2008.
Atégina ou Ataegina era a deusa do renascimento (Primavera), fertilidade, natureza e cura na mitologia lusitana. Viam-na como a deusa lusitana da Lua. O nome Ataegina é originário do celta Ate + Gena, que significaria "renascimento".


O animal consagrado a Atégina era o bode ou a cabra. Ela tinha um culto de devotio, em que alguém invocava a deusa para curar alguém, ou até mesmo para lançar uma maldição que poderia ir de pequenas pragas à morte.


Atégina era venerada na Lusitânia e na Bética, existem santuários dedicados a esta deusa em Elvas (Portugal), e Mérida e Cáceres na Estremadura espanhola, além de outros locais, especialmente perto do Rio Guadiana. Ela era também uma das principais deusas veneradas em locais como Myrtilis (Mértola dos dias de hoje), Pax Julia (Beja), ambas cidades em Portugal, e especialmente venerada na cidade de Turobriga, cuja localização é desconhecida. A região era conhecida como a Baeturia celta.


Existem diversas inscrições que relacionam esta deusa com Proserpina: ATAEGINA TURIBRIGENSIS PROSERPINA, esta relação aconteceu durante o período romano.


Muitas vezes é representada com um ramo de cipreste.


A banda portuguesa Moonspell possui um tema dedicado a Ataegina, o qual tem como título o nome da própria divindade. Foi editado no álbum Wolfheart, datado de 1995, sendo a sua nona e última faixa. A letra da música sugere que Ataegina seria uma divindade dotada com o poder de exercer vingança a quem a si recorra e/ou rogue, podendo inclusive provocar a morte do(s) visado(s) do acto de vingança pretendido. As alusões à noite (deusa lusitana da Lua) e ao renascimento da Natureza são explícitas, o que vão ao encontro do significado etimológico do seu nome ("Gena" = "Renascimento"). Há igualmente alusões a combates e a vitórias, o que pode indiciar uma acção de protecção de guerreiros em campo de batalha para os conduzir ao sucesso em tempo de guerra.

Roncos do Diabo



Roncos do Diabo, grupo cúmplice de muitas festas e romarias, representante de diferentes gerações, com um gosto comum - a musica tradicional portuguesa.
Tocadores de gaitas transmontanas construídas por Mário Estanislau e Victor Félix, gaiteiros de Roncos do Diabo, fazem questão de montar o baile por onde passam, transformando espaços de silêncio em verdadeiros palcos de folia!



A banda de gaita-de-foles mirandesas (+ grande percussão) Roncos do Diabo editou o seu primeiro álbum. Registo gravado ao vivo em Almada, no Auditório Fernando Lopes-Graça, a 26 de Janeiro de 2008.


“Maxura e Mirandum Carvalhesa”, “Passodoble Português”, “Quero Que Ti Te Fodas”, “Carvalhesa de Vinhais”, “Por Entre Vales”, “Fandango Asturiano”, “Campanitas de Toledo”, “Alvorada”, “Murinheira Burriqueira”, “Adelaida”, “Repaseado de Rio de Onor”, “Saia da Carolina”, “Jota Carvalhesa de Rio de Onor”, “Fado Batido” e Baile das Oliveiras” constituem a «set list» do espectáculo que deu origem ao alinhamento deste álbum homónimo.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Os Lusitanos e a Metalurgia


A par da criação de gado e da pastorícia transumante, outra actividade importante para a economia gentílica dos lusitanos foi sem duvida alguma a metalurgia. O bronze, inicialmente e o ferro, depois, foram trabalhados em alguns castros, os quais se poderiam mesmo ter especializado em tal arte. A presença de moldes em arenito, em cerâmica e em bronze são prova evidente da fundição de tais metais.

A este nível, um dos castros mais importantes seria o da Senhora da Guia de Baiões, pois ali se encontrou o maior conjunto de objectos de bronze de toda a Beira, tais como: foices; argolas; partes de carros votivos; pulseiras e virias; raspadores; taças de servir à mesa, fíbulas; etc. Um dos mais notáveis objectos de toda esta colecção é um molde de fundição de machados de bronze mais um exemplar de machado fundido no mesmo.

As vírias, símbolo de poder, usadas pelas elites guerreiras, eram pulseiras mais largas usadas ao nível do bíceps. Em analogia com outras culturas guerreiras, quantas mais possuísse um guerreiro, maior era a sua bravura e a sua notoriedade.

Algumas das pulseiras eram ornamentadas de modo requintado, por triângulos e linhas ondeadas.

As foices que se conhecem destinavam-se a ser encabadas com um cabo de madeira, através dos pequenos orifícios laterais no alvado que serviriam para a sua fixação.

As argolas, que se destinavam a ser usadas em decoração de arreios e outros objectos e, provavelmente, usadas também como adorno pessoal, são um dos vestígios arqueológicos de bronze mais abundantes nos castros lusitanos.

As fíbulas de bronze, que eram um dos adereços do vestuário mais importantes, integram-se nas tipologias estabelecidas pelos arqueólogos para estes períodos da Idade do Bronze e do Ferro, sendo as mais antigas de duplo enrolamento ou de dupla mola.

As jóias em ouro e prata faziam também parte dos adornos masculinos e femininos dos lusitanos, tendo sido encontrados em diversos lugares da região de entre Tejo e Douro. Junto ao castro da Cárcoda foi encontrada uma viria em ouro que pesa cerca de 800 gramas. É lisa, ligeiramente convexa na parte externa e tem apenas um equino enquadrado por dois pequenos filetes.



Um outro tipo de jóia muito frequente, também encontrado entre os vestígios arqueológicos achados nos castros lusitanos é o torques, um tipo de colar em forma de ferradura que termina numa espécie de botões. Estes seriam usados pelos chefes de clã e também pelos chefes militares eleitos pelos lusitanos, entre as elites guerreiras, em tempo de crise. Um dos torques mais antigos, se não mesmo o mais antigo, foi encontrado em 1948 no castro da Senhora da Guia de Baiões.

Uma das principais vertentes da metalurgia lusitana era a produção de armas: punhais, lanças, pontas de lança e falcatas.


O punhal era curto, leve e facilmente manejável o que fazia dele uma arma defensiva e ofensiva letal. Um punhal era constituído pela lamina de bronze que podia ser lisa e tinha uma nervura central que o tornava mais espesso e mais resistente e tinha um cabo em madeira a que se fixava por rebites ou pregos e por isso, quando encontrado por completo, apresenta os orifícios onde esses rebites penetravam.

As pontas de lança que se conhecem têm um alvado perfurado lateralmente com dois orifícios colocados simetricamente para fixação ao cabo de madeira. Estas seriam transportadas pelos guerreiros até ao local de combate e aí fixas a um cabo. Os exemplares encontrados apresentam em geral uma lâmina triangular e secção mais ou menos losangonal.

A metalurgia deste longo período de um milénio que consideramos como o período de formação dos lusitanos passa depois, numa segunda fase, a utilizar o ferro. Alguns dos objectos de ferro apresentam datações dos séculos X-XI a.C. o que pressupõe que uma utilização de objectos de ferro, certamente usados apenas por uma elite, coexistiu com os objectos de bronze fabricados localmente.

A partir da entrada do ferro, a evolução vai ser rápida e a vida dos povos peninsulares altera-se. As formas metalúrgicas não se alteram radicalmente, pode-se mesmo dizer que elas se mantêm, embora o metal fosse agora outro. Os instrumentos utilitários, nomeadamente os agrícolas e as armas passam a ser de ferro, o que vai facilitar o amanho da terra e as restantes tarefas agrárias. 

Fonte: Lusitanos - No tempo de Viriato - João Luís Inês Vaz - Ésquilo

Feitiços e encantamentos, simples e economicos, para o dia a dia!


Para que se torne merecedor do sucesso profissional, cultive o seu senso de responsabilidade recitando diariamente o seguinte decreto: 
Sou responsável e capaz. Executo com alegria e eficiência todas as tarefas que me são atribuídas. Ninguém se decepciona comigo, pois cumpro minhas obrigações com dignidade.

Esta magia afasta as vibrações negativas que prejudicam a sua vida financeira.  Ponha sete malaguetas e sete dentes de alho a secar ao sol. Depois de bem secos, coloque-os num envelope branco que nunca tenha sido usado e guarde-o num lugar alto, onde ninguém veja, por um mês. Passado esse tempo, deite as malaguetas e os dentes de alho fora. Repita mais uma vez o ritual, usando o mesmo envelope.

Se você se sente muito só e gostaria de conhecer pessoas e fazer novas amizades, experimente usar um topázio como amuleto. Coloque a pedra num copo de água com sal grosso por 24 horas e, depois, deixe-a ao sol, para que os seus efeitos benéficos sejam potencializados. Leve o topázio sempre consigo , no bolso ou na carteira, e aguarde os resultados.

Com um alfinete novo, escreva sete vezes o nome da pessoa que você quer reconquistar numa vela branca. Unte a vela com mel, sempre no sentido do pavio para a base. Mentalize que essa vela representa o seu amor e, encostada nela, coloque outra vela, simbolizando você. Acenda as duas, ao lado dum copo de água com um ramo de salsa bem verde. Então, concentre-se e faça o seu pedido com bastante fé.

Em um pouco de água, cozinhe um punhado de milho seco (do tipo utilizado na alimentação de aves) e depois despeje num prato de barro que nunca tenha sido usado. Passe pelo corpo sete moedas de uso corrente e coloque-as em cima do milho. Entregue essa oferenda sob uma árvore bem bonita e acenda uma vela branca. Com bastante fé, peça aos deuses da natureza que ajudem você a progredir no trabalho e a conquistar a realização profissional.

Este banho é indicado para quem deseja viver um relacionamento amoroso onde reinem a paz, a compreensão e a harmonia. Numa panela com 1 litro de água a ferver, jogue as pétalas de três lírios brancos. Retire do fogo e deixe o líquido amornar. Após tomar o seu banho habitual, despeje a infusão no corpo, do pescoço para baixo, mentalizando o seu pedido com bastante fé.

Unte sete velas cor-de-rosa com óleo de rosas e, com a ponta de um alfinete nunca usado, escreva nelas o seu nome completo. Acenda-as em volta de um bonito ramo de rosas, da mesma cor das velas, e peça a uma divindade do amor que lhe conceda a graça que você almeja. Quando fizer este ritual, use roupas de tonalidade clara, como o branco, o creme e o próprio cor-de-rosa.

Se você está prestes a fechar um negócio ou a alugar um imóvel, mas problemas burocráticos (por exemplo, um atraso na obtenção dos documentos necessários) estão impedindo que isso se concretize logo, faça o seguinte ritual. Confeccione um saquinho de pano e dentro dele coloque um pedacinho de papel, raízes pequenas de uma planta e um miolo de pão. Feche a abertura do saquinho com linha e agulha e enterre-o num jardim, pedindo aos espíritos da terra que acelerem o andamento da transacção. Em poucos dias, seu desejo será realizado.

Para afastar os obstáculos que possam estar atrapalhando sua vida e, o que é mais importante, sem prejudicar ninguém, coloque uma vassoura virada ao contrário (com a ponta do cabo encostada no chão) atrás da porta da cozinha da sua casa. Enquanto faz isso, concentre-se e mentalize quais são as dificuldades das quais você quer se livrar. Deixe a vassoura nessa posição por 24 horas ou, se puder, até que seu desejo se realize.

Para atrair amor e harmonia: Numa panela com 1 litro de água mineral, coloque as pétalas de sete rosas cor-de-rosa. Leve ao fogo e, assim que ferver, adicione sete folhas de louro e sete colheres (chá) de mel. Apague o fogo, espere amornar, coe a mistura e despeje esse líquido do pescoço para baixo, após tomar seu banho habitual. Depois, embrulhe as pétalas e as folhas de louro num papel novo e deixe esse pacote num jardim florido.

Fazendo este ritual, você vai neutralizar as eventuais energias negativas que estejam impregnando a sua casa. Encha um copo novo com água mineral e dentro deste coloque sete pedacinhos de carvão e sete punhados de sal grosso. Coloque esse copo num cantinho, perto da porta de entrada. (Se quiser disfarçar, deixe-o escondidinho num vaso de plantas.) Troque o conteúdo do copo a cada sete dias, despejando sempre o líquido em água corrente.

Numa tigela de barro comprada especialmente para este ritual, misture um punhado de folhas frescas de manjericão, um copo de mel e algumas violetas secas (use somente as flores). Amasse bem os ingredientes, enquanto pede mentalmente a tranqüilidade financeira que você tanto deseja. Coloque essa mistura num prato branco novo e, bem no meio, acenda uma vela dourada. Deixe a vela num lugar alto (acima da sua cabeça) e, depois desta arder por completo, enterre tudo ao pé de uma árvore frondosa.

Para atrair vibrações positivas para todos os setores da sua vida, faça o seguinte:
À noite, tome um banho morno e vista uma roupa branca. Procure afastar da mente as preocupações, os problemas e os pensamentos ruins, pois um estado de espírito negativo poderia prejudicar a eficácia do ritual. A seguir, acenda um incenso de alecrim em cada divisão da sua casa. Enquanto faz isso, mentalize as coisas boas que você deseja atrair.

domingo, 20 de maio de 2012

O Cavalo Lusitano


É de conhecimento geral que a pecuária foi a grande fonte de riqueza gentílica dos Lusitanos. A sua ganadaria englobava gado lanígero, caprino, cavalar e a criação de bois em zonas confinantes com a Galécia. No entanto, embora a carne de cavalo não estivesse na base da sua alimentação, a criação de gado cavalar suplantava todas as outras, pois para além destes animais terem extrema importância nas tácticas que usavam em combate, estes eram tambem sacrificados a Cariocecus, o deus da guerra.




O cavalo existia em estado selvagem nas florestas e bosques lusitanos e como se sabe a sua domesticação é relativamente fácil. A fama do cavalo lusitano veio até aos nossos dias e ainda hoje este cavalo é admirado pelos amantes da espécie. Os primeirosa admirarem este cavalo foram os romanos que, como diz Estrabão, consideravam que as éguas eram fecundadas por Zéfiro, o deus dos ventos. A sua velocidade, agilidade e docilidade ainda hoje são proverbiais e fazem deste cavalo um dos mais apreciados e preferidos do mundo, sendo que é frequente vê-lo em provas equestres desportivas de competição.


O denominado cavalo lusitano resultará do cruzamento das montadas da Europa Central trazidas pelos povos invasores dos séculos VI-V a.C. com cavalos autocnes do ocidente peninsular. Nas veigas do mondego, Tejo e Sado dominavam os sorraias, raça bastante maior e mais pesada que o garrano, mas também ela rústica e de grande mobilidade, génese longínqua do actual cavalo lusitano. O garrano existia mais no Norte transmontano, mas era ágil e de grande mobilidade também e adaptável a qualquer terreno. Do cruzamento do cavalo grande e pesado da Europa Central com os garranos e sorraias peninsulares resultou o famoso cavalo lusitano que tão grande importância iria ter nas guerras Viriatianas.

Fonte: Lusitanos - No tempo de Viriato - João Luís Inês Vaz - Ésquilo



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Galandum Galundaina


A riqueza melódica de Senhor Galandum consegue ser mais ampla ao abrir portas a outros instrumentos e, logo, a outras músicas que assim fazem que a etiqueta do «tradicional» seja demasiado limitada para o que aqui se ouve.
João Moço - Notícias Sábado nº231, 12 de Junho de 2010
Vale a pena ouvir, por uma vez que seja, a herança do cancioneiro mirandês por quem a sabe de ginjeira. (...) Ele há rabecas, sanfonas, gaitas de fole portuguesas e galegas, flautas tamborileiro, caixas, adufes, bombos, castanholas, pandeiretas, realejos e mais uns quantos foliões, tudo em incontrolável algazarra nume empoeirada eira mirandesa. Fosse toda a música em Portugal assim.
Ricardo Braz Frade - Blitz, Abril de 2010
...os Galandum Galundaina são um dos mais sólidos e modernos projectos da música tradicional portuguesa, rainana, ibérica..
Luís Rei - Terra Pura 18AGO10, Cronicasdaterra.com
Uma razão para amar Portugal. É folclore mas não é purista. É o passado como o passado deve ser ouvido no futuro. É tremendo e (não) é português.
João Bonifácio - suplemento Y, Público, 12 de Março de 2010
Uma magnífica tradução moderna da música raiana.
João Lisboa - Expresso, 2 de Abril de 2010
Música colossal portuguesa. Vêm de terras de Miranda. É mais que música portuguesa. É a futura raiz de um povo. Bordem a oiro este nome na vossa memória fixa.
João Bonifácio - suplemento Y, Público, 15 de Abril de 2005
Galandum Galundaina é um grupo de música tradicional mirandesa criado com o objectivo de recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda.
Em 15 anos de existência o grupo desenvolveu vários trabalhos. Para além da edição de três discos e do DVD ao vivo, também são de sua responsabilidade a padronização da gaita-de-foles mirandesa e a organização do Festival Itinerante de Cultura Tradicional "L Burro i l Gueiteiro".
Ao longo dos últimos anos o grupo interessou-se pela construção de instrumentos musicais de raiz tradicional e actualmente grande parte dos instrumentos usados em concerto são da sua autoria.
Os álbuns editados têm tido uma excelente apreciação pela crítica especializada. Em 2010 para além da atribuição do Prémio Megafone, o álbum Senhor Galandum foi reconhecido pelos jornais Público e Blitz como um dos dez melhores álbuns nacionais.
Do roteiro do grupo fazem parte alguns dos mais importantes festivais de música tradicional/”world music” em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Cuba, Cabo Verde, Brasil, México e Malásia.
O grupo Galandum Galundaina é composto por quatro elementos: Paulo Preto, Paulo Meirinhos, Alexandre Meirinhos e Manuel Meirinhos.

Fonte: http://www.galandum.co.pt/

Colóquio: Endovélico – Mistérios de uma Divindade Lusitana


ENDOVÉLICO

- MISTÉRIOS DE UMA DIVINDADE LUSITANA 

19 Maio, 10h-18h (Sábado)
Inscrições Limitadas: casadofauno@gmail.com
Na região do Alto Alentejo, no Alandroal, há quase dois milénios atrás, existiu um importante santuário romano dedicado ao deus lusitano Endovélico.
Apesar das largas dezenas de achados votivos romanos, identificados e recolhidos por Leite de Vasconcelos em 1890, e das descobertas recentes, resultantes das escavações efectuadas pelo arqueólogo Amílcar Guerra em 2002, muitas questões sobre Endovélico continuam ainda hoje sem resposta.
Na década de 1990, Manuel Calado, ao elaborar a Carta Arqueológica do Alandroal, deu a conhecer o santuário lusitano da Rocha da Mina, situado a cerca de 3 km do templo romano, e lançou a hipótese deste ter sido o primitivo templo lusitano de Endovélico.
As inscrições romanas contam-nos que esta era uma divindade com poderes curativos e, por isso, comparável ao deus romano Esculápio, existindo no local a prática da incubatio pelos seus seguidores, na qual o devoto dormia na morada terrena do deus, solicitando a resposta aos seus problemas e maleitas através dos sonhos. Teria, inclusive, existido um corpo sacerdotal, que prestaria auxílio nestes processos oníricos e salutíferos.
Para além da abordagem arqueológica, este colóquio transdisciplinar privilegiará igualmente uma interpretação simbólica das antigas divindades galaico-lusitanas pré-romanas pelo investigador Manuel J. Gandra, assim como uma visão iniciática sobre o culto de Endovélico, pelo investigador Gilberto de Lascariz, que na sua obra Deuses e Rituais Iniciáticos da Antiga Lusitânia dedicou um capítulo a um estudo esotérico sobre esta divindade.
Através das diferentes abordagens, este Colóquio procurará contribuir para novas visões e entendimentos sobre Endovélico, deus dos lusitanos.

PROGRAMA
  • 10h – S. MIGUEL DA MOTA: OS DADOS ARQUEOLÓGICOS A RESPEITO DO SANTUÁRIO DE ENDOVÉLICO

  • Amílcar Guerra | Arqueólogo – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
  • 11h – ROCHA DA MINA: AS PAISAGENS SINUOSAS

 
  
Organização: Casa do Fauno / Zéfiro
  • Manuel Calado | Arqueólogo – Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa
  • 12h – Debate
  • 13h – Intervalo para Almoço
  • 15h – DIVINDADES GALAICO-LUSITANAS PRÉ-ROMANAS

  • Manuel J. Gandra | Escritor e Investigador, IADE 
  • 16h – UMA VISÃO PATAFÍSICA DA RESSURREIÇÃO PAGÃ DE ENDOVÉLICO NO ALANDROAL

  • Gilberto de Lascariz | Escritor e Investigador
  • 17h – Debate
  • 18h – Encerramento
 
Pré-Ingresso: 20 € (até 15 Maio, Terça-feira)
Ingresso: 30 €
Grupos de 2 ou mais pessoas: 20 € / pessoa
Inscrições: casadofauno@gmail.com

Com o apoio de: Jornal de Sintra, Alagamares, Portugal Romano, MIL – Movimento Internacional Lusófono, Nova Águia, IHSHI – In Hoc Signo – Hermetic Institute e CEThomar

terça-feira, 8 de maio de 2012

A Língua Lusitana

 
A língua lusitana é uma língua paleo-hispânica indo-europeia conhecida por cerca de cinco inscrições e inúmeros topónimos e teónimos. A língua era falada na Lusitânia histórica, ou seja, no território habitado pelos povos lusitanos que se estendiam entre o rio Douro e o Tejo.


Provavelmente, o lusitano era uma língua indo-europeia com características próprias, diferente das línguas do centro da península Ibérica. Seria mais arcaica que a língua celtibérica.

A filiação do lusitano continua em debate, havendo quem defenda de que se trata de uma língua celta. Essa teoria baseia-se em factos históricos em que os únicos povos indo-europeus que se têm notícia na península são os celtas. No entanto, maior peso teve a óbvia celticidade da maior parte do léxico, sobre todos os antropónimos e topónimos.

Existe um problema substancial nessa teoria: a conservação inicial do /p/, como se vê em PORCOM. As línguas celtas tinham perdido esse /p/ inicial ao longo da sua evolução: compare-se com athir / orc (gaélico Irlandês) e pater / porcum (latim) significando "pai" e "porco", respectivamente. A presença deste /p/ poderia-se explicar por ser uma língua celta muito primitiva, logo anterior à perda do /p/ inicial.

Uma segunda teoria, defendida por Francisco Villar e Rosa Pedrero, relaciona o lusitano com as línguas itálicas. A teoria baseia-se em paralelismo de nomes de deuses (Consus latim / Cossue lusitano, Seia latim / Segia lusitano, Iovia marrucino / Iovea(i) lusitano) e outro léxico (gomia umbro / comaiam lusitano) junto com alguns outros elementos gramaticais.

Finalmente, Ulrich Schmoll propôs um ramo próprio a que chamou galego-lusitano (ou galaico-lusitano).

No entanto, não se conhecem textos com tamanho suficiente para decidir uma ou outra direcção.


Foram encontradas inscrições em Arroyo de la Luz (em Cáceres), Cabeço das Fráguas (na Guarda) e em Lamas de Moledo (Castro daire). E, levando em conta a informação dada pelos diferentes teónimos, antropónimos e topónimos, a extensão corresponde ao nordeste de Portugal moderno e zonas adjacentes de Espanha, com centro na Serra da Estrela.

Existem suspeitas fundamentadas de que a zona dos povos galaicos (Norte de Portugal e Galiza), astures e, quiçá, os Vetões, ou seja, todo o noroeste peninsular, falariam línguas aparentadas com o lusitano e não com línguas celtas, como se costuma crer.

Com a romanização da Lusitânia, tal como todas as outras línguas peninsulares, excepto o basco, o lusitano rapidamente sucumbiu à pressão e ao prestígio do latim. No entanto julga-se que esta tenha desaparecido por completo apenas por meados do ano 500 d.C. após a morte do último dos falantes. 

As inscrições mais conhecidas são as de Cabeço de Fráguas e Lamas de Moledo em Portugal. Todas as inscrições conhecidas estão escritas sobre pedra, em alfabeto latino.

Lamas de Moledo



A Inscrição do Penedo de Lamas situa-se em Lamas, na freguesia de Moledo, concelho de Castro Daire, distrito de Viseu.

Provavelmente a inscrição é uma referência a uma divindade do periodo pré-romano. Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1953. As inscrições estão a desaparecer com a erosão.

Antigamente dizia-se que quem conseguisse decifrar o que lá estava escrito o penedo se abriria e lá dentro se encontraria muito ouro.

RUFUS ET
TIRO SCRIP
SERUNT
VEAMINICORI
DOENTI
ANGOM
LAMATICOM
CROUCEAO
MACA
REAICOI PETRANOI R
ADOM PORCOM IOUEAS
CAELOBRICOI

Tradução plausível:

Rufino e Tiro determinaram: O clã dos Veaminis (Veamini) oferecem um vale defensivo de colinas à rainha-mãe dos prestigiados Petranios. Garantindo (oferecer) um próspero porco aos jovens (cidadãos) Caelobrigenses.

Cabeço das Fráguas



Localiza-se junto da Quinta de S. Domingos, na zona este da freguesia de Benespera no concelho da Guarda, distrito da Guarda.

Trata-se de um sítio arqueológico da maior importância, referente a um antigo local de culto a divindades lusitanas datado do séc. V a.C.

No topo do cabeço encontra-se uma escavação arqueológica que prova a existência de algumas edificações lusitanas possivelmente destinadas ao culto.

Nas imediações do cabeço foram encontradas 20 aras religiosas contemporâneas dos lusitanos, o que se reveste da maior importância já que, por comparação, em toda a província vizinha de Salamanca, Espanha apenas existem 18 aras.

Pensa-se que o cabeço poderá ser o local da morte de Viriato e das suas possíveis cerimónias fúnebres sob a forma de cremação em pira funerária. Podendo por isso ser o equivalente ao túmulo em outras culturas fúnebres.

OILAM. TREBOPALA.
INDI. PORCOM. LAE(uel B)BO.
OMAIAM. ICCONA. LOIM/INNA. OILAM. VSSEAM.
TREBARVNE. INDI. TAVROM./ IFADEM [...?]
REVE. TRE [...]

Tradução plausível:

A Trebopala uma ovelha e a Laebo um porco, a Iccona Loiminna uma vaca, a Trebaruna uma ovelha de um ano e a Reva Tre-(?) um touro de cobrição.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um Ritual Ancestral

Apesar de não ser essencial para a prática de qualquer tradição pagã, o elo genético de uma pessoa com culturas antigas pode ser benéfico ao estabelecimento de correntes de energia associadas a várias deidades e espíritos.


Lembre-se que você é o descendente directo de um antigo pagão que sabia o que você agora deseja saber.

Templos ancestrais podem ser erguidos para activar as memórias genéticas. Em algumas tradições, os Iniciados são ensinados a memorizar as suas linhagens, recitando os nomes dos seus parentes mortos para abrir as trilhas mentais ao passado.

Outra técnica eficaz é acender uma vela no seu templo ancestral e ler em voz alta mitos ou lendas associadas à sua herança.

 A voz falada cria vibrações que levam ao éter a paixão do seu sangue. Tal cria uma onda no plano astral que o conecta a tempos há muito esquecidos.

 No templo, devem-se colocar símbolos ou ícones tipicamente associados à sua nacionalidade passada e presente.

Também é interessante adoptar um nome que tivesse sido usado em tempos remotos para incrementar a sua conexão com as energias da antiguidade.

Ler livros e assistir a filmes que envolvam heróis de determinada cultura é também excelente para auxiliar o alinhamento.

Essas lendas geralmente reflectem a Consciência Colectiva dos povos antigos que as criaram. Assim, ao incorporá-las à sua consciência, você se torna parte da herança espiritual do seu povo.

O propósito deste rito básico é conectar o leitor às correntes espirituais que lhe foram transmitidas pela sua carga genética, alinhando-o às memórias ancestrais adormecidas no seu interior.

Material necessário



1. Um óleo. Deve ser algo da família da menta. Poejo é excelente. Na falta de óleo, serve qualquer coisa "amentolada". É necessário que o aroma seja aplicado à pele, para que possa senti-lo durante o ritual. O cheiro de menta estimula os centros de memória.

2. Uma vela. Deve ser de cor simbólica, associada a seus ancestrais. Se não lhe ocorrer nada, use então uma vela vermelha, pois esta tem a associação com os elos sanguíneos.

3. Incenso (se o ritual for realizado ao ar livre, utilize um incenso lunar com cânfora, que é um catalizador do material astral). Não use incenso caso pratique o ritual dentro de casa, pois ele anularia o aroma da menta. A fumaça do incenso deve se elevar ao éter, "carregando" consigo suas palavras ao plano astral.

4. Um mito: algo associado a sua herança étnica. Escolha um mito ou lenda favorito. Existe uma razão metafísica para que aquela história seja interessante para si.

5. Ícones. Símbolos ou algo que reflicta a cultura da qual deseja despertar suas memórias. Uma foto, ou pintura, serve, mesmo que seja a capa de um livro. Posicione esse objecto em local visível, perto da vela.

6. Uma oferenda. Normalmente, consiste de uma mistura de vinho tinto e mel, em partes iguais. Será despejado como libação ao final do ritual. Pode-se ainda ofertar flores ou ervas associadas a seus ancestrais; nesse caso, você as plantará num vaso ou no solo como oferenda.


O Ritual



1. Agora você já está pronto para começar. Este ritual é mais eficaz quando praticado ao ar livre e à noite, sob as estrelas. A noite de lua cheia é ideal, obviamente. Sente-se em local tranquilo, afirme que seu propósito é alinhar a suas memórias ancestrais interiores e acenda a vela. A seguir, unte-se com o óleo, seguindo o padrão do pentagrama: * testa * peito direito * ombro esquerdo * ombro direito * peito esquerdo * testa.

2. Sente-se então diante da vela acesa a visualize um período do tempo com o qual deseja se conectar. Com o seu olho mental visualize o tipo de roupa que era utilizado na época. Traga à mente quaisquer imagens que o auxiliem a sintonizar-se com o alinhamento. Se houver bebidas e alimentos tradicionais associados aos seus ancestrais você pode melhorar o rito através de seu consumo (você é o que você come).

3. Em seguida, comece a ler em voz alta seu mito ou lenda. Leia à luz da vela como se esta fosse uma pessoa, olhando de vez em quando para a chama ao terminar uma sentença. A chama é o portal, a substância etérea animadora do rito. O fogo simboliza a paixão e a energia; paixão e energia são termos associados ao sangue, o elo, o portal para o passado, dentro e fora de si.

4. Ao terminar de ler a sua lenda, segure a libação entre as mãos, feche os seus olhos e respire profunda e lentamente por três vezes, exalando completamente entre cada inspiração (sobre a libação). Abra os seus olhos e então derrame metade da libação sobre o solo como oferenda, deixando a outra metade no recipiente para as "Fadas".

5. O rito está completo, e tudo o que você precisa fazer agora é permitir que as memórias venham por si mesmas. Você descobrirá que este rito aumenta sua habilidade de criar rituais e fazer várias ligações ao estudar e pesquisar. Unte-se com o óleo de menta antes para intensificar a recuperação de memória.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Banda de Folk Metal - Hyubris

A banda formou-se em 1998, começou uma aventura chamada Lupakajojo, as iniciais dos seus integrantes. Juntos exploravam o heavy-metal.


Em 2001 surgiu uma mudança na formação da banda: Filipa Mota tornou-se na vocalista e introduziu a flauta na sonoridade da banda. A banda mudou o nome para Hyubris que significa Desafio aos Deuses. Ainda nesse ano lancharam o EP Desafio. Em 2002 destacaram-se em participações como na Festa do Avante.



Em 2005 entraram nos estúdios Rec' N' Roll, no Porto, para gravarem o primeiro álbum, Hyubris, que contém 12 faixas. Luís Barros produziu este álbum e Tommy Newton masterizou-o, na Alemanha.



Em 2009 a banda apresentou o segundo álbum, intitulado Forja.



Género

Folk Metal

País

Portugal - Abrantes

Line-up Actual 

Jorge Cardoso : Guitarra 
Filipa Mota : Vocais, Flauta 
Panda : Guitarra, Baixo 
João David : Teclas 
Lulla : Bateria 
Jerónimo : Bagpipes