Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Religiões, Crenças, Doutrinas e Filosofias Religiosas do Mundo (Parte I)

 Alquimia


      O termo alquimia deriva do árabe khem, uma antiga palavra que significa Egipto, tornando-o assim em Arte do Egipto ou magia. É também conhecida como a arte real. Superficialmente, contudo, a alquimia apareceu sempre mais como uma forma primitiva de química do que como um ramo das artes mágicas, embora os alquimistas mediáveis europeus dedicassem muito do seu tempo a pesquisas fabulosas como a procura da pedra filosofal que podia transformar chumbo em ouro, curar todas as doenças e garantir a imortalidade.
O fundamento filosófico da alquimia deriva de influencias clássicas grgas e gnósticas. O psicólogo Carl Jung, entre outros, sugeriu que os obscuros e, muitas vezes, codificados relatos de experiencias alquímicas ocultavam um sistema profundo de desenvolvimento espiritual, uma teoria que atraiu um interesse generalizado.
Eileen Campbell e JH Brennan, in Dicionário da Mente, Corpo e Espirito

Alquimia Taoista


Um curioso sistema de ioga esotérico desenvolvido na China. Os praticantes acreditam que a vontade individual não sobrevive fisicamente à morte, a menos que quem o pretende tenha tido o cuidado de preparar um corpo de diamante como veículo imortal para o espírito.
O corpo de diamante parece estar relacionado com o corpo astral do ocultismo ocidental, mas reforçado e fortalecido durante a vida do adepto por uma mistura dos potenciais sexuais masculino e feminino.
Os praticantes da alquimia taoista de mente mais literal compuseram uma pílula de cinábrio composta de, entre outros ingredientes, sémen e fluido lubrificante da vagina, Uma segunda escola de pensamento dentro do sistema insiste em que o segredo real está na mistura das energias ch’i masculina e feminina.
Ambos os tipos de adeptos masculinos praticam Karezza com uma multiplicidade de parceiras para conseguirem os seus fins. Acredita-se comumente que o orgasmo dissipa a energia vital nos homens, mas que as mulheres estão abençoadas com um suprimento inexaurível. Consequentemente na cópula alquímica taoista, o homem evita rigorosamente o seu orgasmo, enquanto o encoraja na mulher.
Eileen Campbell e JH Brennan, in Dicionário da Mente, Corpo e Espírito

Animismo


Um dos mais antigos sistemas de crenças, o animismo sustenta que toda a natureza está essencialmente viva com espíritos ou divindades habitando árvores, rios, montanhas, formações rochosas naturais e mesmo certas ferramentas ou armas.
As crenças animistas mantêm-se muito divulgadas entre as sociedades primitivas, particularmente naquelas em que se acredita que muitos seres espirituais controlam vários aspectos do ambiente natural e social.
O conceito de animismo foi desenvolvido no final do século XIX pelo antropólogo britânico Sir Edward B. Tylor, que via essas crenças como o primeiro estado da evolução da religião. Criou a teoria de que os sonhos, trnses e a observação da morte levou os povos primitivos a acreditarem numa alma, sendo depois essa crença projectada para o mundo natural. Tylor considerou então que a crença no animismo levou à definição de divindades mais generalizadas e, eventualmente, à adoração de um deus único.
Embora esta visão evolucionista da religião esteja largamente desacreditada, os psicólogos modernos tendem a apoiar aspectos da teoria de Tylor ao concluírem que o animismo provém de uma projecção do conteúdo do inconsciente. Segundo este ponto de vista, quando um primitivo comunica, põe exemplo, com um espírito da árvore, está de facto a experimentar a realidade de uma voz interior. Contudo, com conceitos como o de Gaia e o vigoroso ascender do neoxamanismo, foi dado um novo fôlego às teorias espíritas do animismo.
Eileen Campbell e JH Brennan, in Dicionário da Mente, Corpo e Espirito

Antroposofia


Um sistema de ciência espiritual proposto pelo cientista e místico austríaco Rudolf Steiner. Depois de uma década de associação com a Sociedade Teosófica, separou-se em 1909 para fundar a sua própria Sociedade Antroposófica. O nome é derivado do grego – anthropos que significa homem e sophia que significa conhecimento.
A antroposofia fala da evolução da Terra através de sete épocas e de sete civilizações, sendo Ahriman e Lúcifer os eternos opositores ao progresso humano.
Numa escala mais pessoal, a antroposofia refere-se aos quatro corpos do indivíduo, à reencarnação e à vida no mundo do espírito entre as encarnações.
Steiner também desenvolveu um sistema de medicina antroposófica com uma combinação de herbalismo e hemeopatia, e incluía aconselhamento para o tratamento de problemas psicológicos e emocionais.
Eileen Campbell e JH Brennan, in Dicionário da Mente, Corpo e Espirito

Astrologia


A astrologia é uma das mais antigas artes esotéricas. Foi praticada na Suméria, a mais antiga civilização do mundo, em 4300 a.C. e talvez tenha tido a sua origem na Pré-História, dado que há algumas provas do estudo do céu nocturno pelos povos da Idade da Pedra. É também, hoje em dia, uma das mais divulgadas artes esotéricas, embora numa forma adulterada e condenada pelos astrólogos mais sérios. Quase todos os jornais e revistas mais populares publicam uma coluna de astrologia, oferecendo previsões e conselhos a quem nasceu sob um dos 12 signos solares.
Eileen Campbell e JH Brennan, in Dicionário da Mente, Corpo e Espirito

 Budismo


O primeiro sermão budista foi pregado em Benares, na Índia, cerca de 530 a.C. Quando o príncipe Siddartha Gautama, o Buda (ou O Iluminado) morreu, 45 anos depois, a religião que ele fundara tinha atraído centenas de monges e milhares de seguidores leigos. Continuou a crescer e a espalhar-se, criando raízes na China, Tibete, Japão, Birmânia e na maior parte do Sudeste asiático. Durante uns tempos floresceu mais no estrangeiro que na Índia natal, embora hoje em dia goze de um interesse renovado naquele país e seja geralmente aceite que influenciou profundamente o Hinduísmo.
O modelo fundamental do Budismo, que alguns consideram ser muito mais uma filosofia que uma religião, foi estabelecido no sermão de Benares, quando Gautama proclamou o Caminho do Meio entre os extremos de ascetismo e irreflectido hedonismo. O Caminho do Meio compreende as Oito Vias Nobres da Recta Visão, Rectas Intenções, Recto Discurso, Recta Acção. Recta Maneira de Viver, Recto Esforço. Recto Pensamento e Recta Concentração. Avia baseia-se nas Quatro Verdades Nobres: que toda a vida é sofrimento, que a causa do sofrimento é o desejo, que o sofrimento cessará quando o desejo cessar e que as Oito Vias Nobres levarão à cessação do desejo.
Qualquer pratica de budismo está indissoluvelmente ligado à doutrina da reencarnação e ao conceito de Karma. Os budistas acreditam que toda a humanidade está amarrada a um eterno ciclo de reencarnação após reencarnação, movida pelo Karma, e que a única forma de libertação é conseguir a iluminação, expressa no estado de êxtase do Nirvana. Este é conseguido seguindo as Oito Vias Nobres e praticando os Três ensinamentos: moralidade, concentração e sabedoria. O ensinamento vai para além da expressão de atitudes piedosas até aos domínios do ioga, fazendo do budismo, talvez, a mais esotérica das grandes religiões orientais.
Reconhece que a meditação pode produzir siddhis ou poderes psíquicos, geralmente divididos em seis categorias das quais as primeiras cinco são:
·        Poderes mágicos como a levitação, caminhar sobre a água, mudar de forma ou projectar um corpo feito pela mente.
·        Clauriaudiência, ou seja, a possibilidade de ouvir as vozes dos espíritos.
·        Telepatia, a capacidade de ler as mentes.
·        Memória anterior, a capacidade de recordar vidas passadas.
·        Clarividência, a capacidade de obter informações à distancia sem a intermediação do contacto mente a mente.
Acredita-se que estas cinco curiosas capacidades sejam a consequência natural da concentração treinada. A sexta, um tipo de animação suspensa, na qual todas as principais funções físicas param, acredita-se que venha somente da introspecção. Todas as seis são rejeitadas como distracções que devem ser ignoradas para se obter o objectivo central do nirvana.
Mas esta rejeição é um fenómeno relativamente recente. Parece haver poucas dúvidas de que o budismo primitivo, incluindo a vida do próprio Buda, tinha fortes elementos de xamanismo com poderes do género dos referidos e exercidos frequentemente para se obterem méritos.
Eileen Campbell e JH Brennan, in Dicionário da Mente, Corpo e Espirito

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