Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Martins Sarmento



Natural de Guimarães, Francisco Martins de Gouveia Morais Sarmento (1833-1899) foi um notável arqueólogo e escritor português.
Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, dedicou-se com grande paixão ao estudo da arqueologia. Fez a exploração intensa e metódica da Citânia de Briteiros e do Castro de Sabroso, perto de Guimarães (1874-1879), junto à Casa da Ponte, onde morou.
Cultivou também a poesia e colaborou em revistas e jornais científicos.
Entre as suas obras contam-se: Os Argonautas; Ora Marítima; Lusitanos, Lígures e Celtas.
No museu da Sociedade Martins Sarmento em Guimarães conserva-se uma grande parte dos objectos arqueológicos por si encontrados.


A Sociedade Martins Sarmento GOSE • MHIH, fundada em 1881 em homenagem a Francisco Martins Sarmento, é uma instituição cultural da cidade de Guimarães. Dedica-se ao estudo, conservação e supervisão técnica e científica das estações arqueológicas da Citânia de Briteiros e do Castro de Sabroso e de outros monumentos arqueológicos. Tem sobre sua alçada dois museus, uma biblioteca e uma hemeroteca. Publica, desde 1884, a Revista de Guimarães, uma publicação periódica de cariz científico.
A Sociedade Martins Sarmento foi criada no dia 20 de Novembro de 1881. Em Fevereiro de 2007 foi criada a Fundação Martins Sarmento, num protocolo entre o Ministério da Cultura, a Câmara Municipal de Guimarães, a Universidade do Minho e a Sociedade Martins Sarmento.
A 4 de Junho de 1931 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 9 de Junho de 2005 foi feita Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.

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