Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

sábado, 13 de julho de 2013

Cornalusa


Os Cornalusa são um ensemble musical, que desde 2006, tem vindo a participar na maioria dos eventos de recriação histórica produzidos em Portugal.
Para nomear apenas alguns destes eventos, os Cornalusa já actuaram em Óbidos, Silves e Castro Marim com algumas excursões fora do país em Espanha, França, Itália e Alemanha.
O ensemble é composto por quatro músicos desde 2010. Na sua formação mais usual dois músicos tocam a gaita mirandesa, instrumento tradicional português, onde aliás o grupo foi buscar a terminologia para o nome que escolheu adoptar.
Em português e em algumas outras línguas europeias, cornamusa é um sinónimo para gaita-de-foles. Alterando então a sílaba do meio, o grupo evoca a sua origem Lusitana.
Rítmica e harmonicamente, o grupo completa-se com o bouzouki (instrumento de cordas que tem origem na Grécia) e o Davul (instrumento de percussão em que se utilizam duas peles para conseguir timbres diferentes).
Os Cornalusa combinam melodias antigas com harmonias e ritmos “dos nossos tempos”. Portanto nesta perspectiva o propósito da banda não é apresentar ao espectador a recriação histórica absoluta mas antes proporcionar ao público uma interpretação exclusivamente original daquilo que poderia ter sido, mantendo sempre um ouvido atento ao que consideram ser o aspecto mais importante – a música!
Através das poderosas vozes de autenticas gaitas-de-foles portuguesas combinadas com a energia de um bouzouki e de um davul, os Cornalusa oferecem um singular espectáculo ao vivo caracterizado por actuações que podem ser apresentadas virtualmente em qualquer espaço.


Em Agosto de 2012 a banda apresentou o seu primeiro álbum de originais homónimo – Cornalusa!

Confesso que não os conhecia! Cruzei-me com eles por acaso no mercado medieval de Óbidos em 12/07/2013, quando mais uma vez me preparava para atestar a caneca com sangria. Actuavam entre "A Irmandade da Cerveja" e os "Alquimistas", estes últimos que com os seus segredos, químicas, pós e fumos, serviam umas beberagens deliciosas numas canecas bastante peculiares. Escutei, estranhei, entranhei, dancei, saltei, gostei. Aqueles, que para mim, até ontem não passavam de meros desconhecidos, hoje estão na linha da frente do Neo-Folk nacional. Força Cornalusa, com a alma toda!!!

Ricardo Alves

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