Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Larouco

Parece boa de mais para ser verdade, esta descoberta.
Para os estudiosos do tema e para os pagãos nacionais, encontrar finalmente uma imagem de uma das principais Divindades dos Ancestrais Lusitano-Galaicos é como para um alquimista descobrir a maneira de transformar o chumbo em ouro.


Tornou-se já comum, na investigação actual do tema, considerar que o «Deus do Larouco» das inscrições romanas da Serra do Larouco, isto é, Larauco, é o Júpiter local, ou seja, o Deus do Raio e das Alturas destas populações pré-romanas e romanizadas, eventualmente o mesmo que Reve, uma das principais Divindades nacionais da Galécia e da Lusitânia.


Ora este achado bate certo, pelo menos em larga medida, com esta teoria, uma vez que o machado ou maço, que se vê na mão direita da figura, corresponde ao clássico machado/martelo de um dos principais e mais arcaicos arquétipos do Deus do Raio indo-europeu, que é Tor entre os Germanos, Perkunas entre os Baltas e Perun entre os Eslavos. Também o Júpiter Doliqueno tem um machado nas mãos, nomeadamente um machado duplo, também conhecido como bipene ou lábris.

A ligação estabelecida nesta página http://www.manuelgago.org/blog/index.php/2012/01/25/mirarlle-a-cara-a-un-antigo-deus/ entre esta figura que aparece em Vilar de Perdizes e a do céltico irlandês Dagda, e a do gaulês Sucellos, está também muitíssimo bem observada, uma vez que tanto uma como outra são itifálicas, além de terem um maço de duas extremidades na mão, o qual, no caso de Dagda, mata com um dos lados e dá vida com o outro.


Particularmente interessante é ainda a parte em que o padre Fontes diz que está contente por ter descoberto este elemento da sua religião... da primeira vez que o diz, no vídeo, parece ter cometido um simples lapso, querendo na verdade referir-se à sua pesquisa, não à sua religião, mas no fim volta a dizer que aquela é de facto a sua religião, por ser a religião dos seus ancestrais... Não há-de ser coisa que os seus superiores hierárquicos do Estado Papal o gostem de ouvir dizer, mesmo que Fontes afirme que está só a querer dizer que «universalmente os Povos adoram Deus». Enfim, a guerra religiosa que o Cristianismo moveu contra o Paganismo ancestral, pelo próprio Fontes referida no início da entrevista, parece ter soçobrado ao nível da religiosidade popular...

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