Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Guerreiro lusitano



Os guerreiros ibéricos são citados como tropas mercenárias na batalha de Hímera em 480 a.C.. Os mercenários ibéricos aparecem nos principais confrontos bélicos do Mediterrâneo, tornando-se num dos pilares dos exércitos do Mediterrâneo central. Estão presentes na batalha de Selinute, Agriento, Gela e Calamina. Surgem em outros conflitos na segunda guerra grego-púnica, na Sicília, em Siracusa, em Atenas e estão presentes na defesa de Esparta na batalha de Krimios, na Primeira Guerra Púnica, e com os púnicos no norte de África.18 Tito Lívio (218 a.C.) descreve os Lusitanos pela primeira vez como mercenários ao serviço dos cartagineses na guerra contra os romanos.


Os lusitanos foram considerados pelos historiadores como hábeis na luta de guerrilhas. Eram indivíduos jovens na plenitude da sua força e agilidade e seleccionados entre os mais fortes. Neles recai a defesa da comunidade quando está ameaçada. A preparação militar dos jovens guerreiros tinha lugar nas montanhas em lugares específicos.


O traje de um guerreiro lusitano era composto por um sago de lã (antigo saio militar) que os guerreiros usavam debaixo da couraça, geralmente de pele ou linho grosso. Como protecção serviam-se ainda depolainas, peça de vestuário em couro ou pele, para resguardar a parte inferior das pernas. Para protegerem os braços ao nivel dos bíceps usavam as virias.
A principal arma de um guerreiro lusitano era a falcata. Como protecção usavam as caetras,um pequeno escudo redondo com o tamanho de dois pés, muito boas também para atacar. Estas eram presas ao braço do guerreiro através de correias de couro ou correntes de ferro que lhe permitiam uma mobilidade acima da média. Para a luta corpo a corpo e também como arma para guerreiros montados, excelente para abrir e/ou rasgar armaduras, tinham ainda o soliferrum (Uma lança toda em ferro, mais ou menos com o tamanho de um homem, tendo em conta que os lusitanos eram baixos e um pouco atarracados). Como arma de arremeço usavam a trágula, uma lança de madeira apenas com a ponta em ferro ou bronze. Quando iam para combate apanhavam os seus compridos cabelos na nuca, cobrindo a sua face com pez ou um outro pigmento. Os seus trajes eram tingidos de escarlate por uma pigmento importado da Fenícia, o qual apenas muito mais tarde foi adoptado pelo exercito romano que na altura da republica trajava em tons de cinzento.

Mulheres guerreiras


Apiano relata que quando o pretor Brutus, ao perseguir Viriato, atacou as cidades da Lusitânia as mulheres lutavam e morriam valentemente lado a lado com os homens. Depreende-se que de alguma forma o treinamento militar também era dado às mulheres a quem recaia também a defesa dos castros.

Iuventus lusitana


A iuventus, uma organização paramilitar que preparava os jovens para a guerra, era uma adaptação urbana das fraternidades guerreiras da idade do bronze. A iuventus lusitana era formada por grupos de jovens, que recebiam treinamento militar e que provavelmente serviam como militares de reserva na defesa dos castros. Organizações similares encontravam-se entre os celtas, celtiberos e romanos.




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