Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Nemeteus

O Achado e a sua Decifração


Em 1940 foi descoberta uma inscrição no Castelo de São Jorge, em Lisboa, na qual claramente se pode ler NEMET [...]. Trata-se de um achado único, cujo nome não se encontra e mais nenhuma inscrição conhecida na Lusitânia. Curiosamente, esta divindade tem passado relativamente despercebida no que diz respeito a estudos mais aprofundados acerca da sua origem e significado.
Esta lápide encontra-se actualmente na Sala de Turismo do Castelo de São Jorge e, embora esteja algo maltratada pelo tempo, uma observação mais atenta permite-nos ainda "decifrar" uma outra letra que faz igualmente parte da mesma. Uma tentativa de reconstituição apresentada por José d'Encarnação é NEMETEVS. Tomemos, pois, esta palavra como o provável nome aqui referido.

 Termos Semelhantes


Para tentarmos compreender o significado do nome Nemeteus, procuremos alguns termos semelhantes cuja raiz é a língua celta: Nemeton (termo celta que significa "bosque sagrado" ou "santuário"), Nemetiuse Nemetona (deuses dos bosques sagrados, encontram-e em inscrições gaulesas, britânicas e germânicas), Nemetes (tribo celta-germânica), Nemtati (tribo lusitana), Nemetóbriga (antigo povoado na Galiza), Vernemeton ("grande bosque sagrado", França), Nemetodurum (actual cidade de Nanterre, França), Drunemeton ("bosque sagrado dos carvalhos/druidas", Turquia).

 O Deus do Bosque


O facto de esta inscrição ter sido encontrada no Castelo de São Jorge, que se localiza numa das colinas da cidade, atingindo os 115m de altura, bem como a sua cumplicidade com os deuses do bosque Nemetius / Nemetona, o termo Nemeton e os outros acima indicdos, leva-nos a lançar uma hipótese: que este monte teria sido um verdadeiro Nemeton, um santuário natural, coberto por árvores ancestrais e sagrado para os povos da antiguidade. É sabido que os lusitanos prestavam cultos particulares às divindades no cimo dos montes e noutros santuarios naturais. Esta inscrição teria sido, assim, dedicada ao seu númen, Nemeteus, que seira o nome do genius loci, a divindade ou o espírito do lugar. Nemeteus seria o "deus do bosque", o "espírito da floresta", "o deus guardião do bosque sagrado", aí cultuado.


A.G. em Mandrágora - O Almanaque Pagão 2009 "Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia"

Fonte: http://branmorrighan.blogspot.pt/2012/09/deuses-lusiatnos-nemeteus.html


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