Em plena crise, o pensamento inquieta-se e interroga-se; ele pesquisa as causas mais profundas do mal que atinge a nossa vida social, politica, económica e moral.
As correntes de ideias, de sentimentos e interesses chocam brutalmente, e deste choque resulta um estado de perturbação, de confusão e de desordem que paralisa toda a iniciativa e se traduz na incapacidade de encontrarmos soluções para os nossos males.
Portugal perdeu a consciência de si mesmo, da sua origem, do seu génio e do seu papel, de herói intrépido, no mundo. Chegou a hora do despertar, do renascimento, de eliminar a triste herança que os povos do velho mundo nos deixaram, as bafientas formas de opressão monárquicas e teocráticas, a centralização burocrática e administrativa latina, com as habilidades, os subterfúgios da sua politica e dos seus vícios, toda esta corrupção que nos tolda a alma e a mente.
Para reencontrar a unidade moral, a nossa própria consciência, o sentido profundo do nosso papel e do nosso destino, isto é, tudo o que torna uma nação forte, bastaria a nós portugueses eliminar as falsas teorias e os sofismas que nos obscurecem o caminho de ascensão à luz, voltando à nossa própria natureza. Às nossas origens étnicas, ao nosso génio primitivo, numa palavra, à rica e ancestral tradição lusitana e/ou celtibera, agora enriquecida pelo trabalho e o progresso dos séculos.
Um país, uma nação, um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes. Estéril e incapaz de dar frutos.

sábado, 3 de novembro de 2012

A pré-História na Península Ibérica


A pré-História da Península Ibérica iniciou-se com a chegada dos primeiros hominídeos à península Ibérica há cerca de 1,2 milhões de anos e durou até o início das guerras Púnicas, quando o território entrou no domínio da história escrita. Neste período alguns dos marcos notáveis são:
Ter sido o último reduto do homem neandertal antes da sua extinção; Registar alguns dos mais impressionantes exemplos de arte paleolítica à par da França; Acolher as mais antigas civilizações da Europa ocidental, sendo um apetecível território a que afluiram vários povos, pela posição estratégica e as muitas riquezas minerais.
No estudo da pré-história existe o problema fundamental que dificulta sua investigação: estabelecer a cronologia exata, principalmente das datas referentes aos primeiros habitantes, sua procedência, relacão étnica com os diferentes tipos pré-históricos e sua localização.

O carácter penínsular, limitado pelo Atlântico a oeste e pela barreira natural dos Pirinéus criou um isolamento em relação à restante Europa Continental, que em algumas ocasiões contribuiu para originar uma relativa separação entre a evolução da Península Ibérica e da restante Europa. A localização geográfica constituiu porém a ponte que une a Europa ao norte da África, formando uma conexão entre os continentes africano e europeu. Outro condicionador foi a influência dupla do mar, com a ligação tanto ao oceano Atlântico como ao mar Mediterrâneo.
No interior a acção dos rios, mais caudalosos que actualmente, produziu planícies fluviais que propiciaram um ambiente favorável para o homem. Também está provado que existiu uma actividade vulcânica, sobretudo nas zonas da atual província de Ciudad Real e de Gerunda.
O clima deixou de mudar à medida que se desenrolaram alternadamente as quatro eras glaciais e as eras interglaciais. Apesar das glaciações terem sido diferentes entre si, em geral pode dizer-se que na Meseta havia um clima mais extremo e chuvoso que agora, comparável ao existente na Polônia ou Rússia atuais. A costa cantábrica era muito mais fria e húmida, similar ao atual norte da Escócia, e a população da Andaluzia gozaria de um clima mais frio que o do sul da França. Durante os períodos interglaciais, este último seria o clima da costa cantábrica, enquanto Andaluzia seria muito ensolarada e a região levantina teria um clima semi-árido.


Levando em conta que a maior atividade dos habitantes da Ibéria consistia em caça, cabe mencionar as mudanças que a fauna ibérica teve com as mudanças climáticas. Nos períodos glaciais os animais característicos foram o mamute, o rinoceronte peludo e a Rena, espécies vindas do centro e norte da Europa que buscavam o clima relativamente ameno da península. Durante os períodos interglaciais, o elefante meridional, o elefante antigo e o rinoceronte de Merk foram os animais mais comuns. Indiferentes a todas as mudanças climáticas, também havia outros animais como ursos, lobos, cavalos, bisontes, javalis e cabras,
Todos estes fenômenos geraram uma variedade cultural, de vida e mentalidades que explicam a diversidade permanente do território peninsular.

Sem comentários:

Enviar um comentário